ATLANTA – Pálido e sem ideias. Foi assim que o FC Porto se apresentou em Atlanta, no segundo tempo, sobretudo. A derrota ante o Inter Miami complica bastante a qualificação para os oitavos de final e voltou a evidenciar as lacunas deste dragão, que está doente e não mostra sinais de evolução. 

O arranque fulgurante de Messi e companhia – o conjunto de Javier Mascherano causou mossa na defesa azul e branca nos primeiros cinco minutos, com o astro argentino a espalhar magia – desvaneceu rapidamente. 

O árbitro não viu em campo, mas João Mário foi derrubado na área dos norte-americanos aos 6 minutos. Um penálti que veio em ótima altura para a turma de Martín Anselmi, que até a esse lance não estava confortável no jogo. 

Da marca dos 11 metros, Samu não tremeu, embora Ustari ainda tenha tocado na bola, e adiantou o FC Porto

Motivada pelo primeiro golo na prova, a equipa portista começou, aos poucos, a tomar conta das operações e dificultou (bastante) a vida ao Inter Miami, que sentiu muito a desvantagem e mostrou sinais de descontrolo emocional – Mascherano protestou várias vezes com o juiz da partida. 

Ainda assim, no que toca à criação de lances ofensivos que beliscassem a defesa norte-americana, o FC Porto mostrava algumas dificuldades: Samu estava desinspirado na frente e sentiu problemas nos duelos e nos apoios curtos. 

Às costas do génio de Messi, por quem passava todo o seu jogo, a formação de Miami manteve Cláudio Ramos atento. 

Os dragões começaram a apostar em demasia no jogo em profundidade, o que, aliado à passividade do setor intermédio, causou alguns desequilíbrios, mas na reta final da primeira metade o 2-0 ficou (muito) perto de acontecer. 

Primeiro, Rodrigo Mora dançou na pequena área e rematou na direção da baliza, mas Falcón apareceu in extremis a aliviar em cima da linha, já depois de Fábio Vieira ter tentado a sua sorte do meio da rua, com um tiro que saiu bastante por cima da barra. 

Ainda antes do apito para o intervalo, Samu também protagonizou um lance de perigo e depois foi a vez de Alan Varela deferir um remate ao poste. As várias investidas com que os dragões fecharam o primeiro tempo pareciam indicar uma melhoria nos sintomas, mas o que se viu na etapa complementar foi que a doença (ainda) não passou. 

Uma entrada adormecida dos azuis e brancos foi sobejamente aproveitada pelo Inter Miami, que rapidamente deu a volta ao texto. 

Primeiro, Telasco Segovia, ex-Casa Pia, surgiu de rompante na área e fuzilou Cláudio Ramos e, depois, quem mais a não ser Messi a assumir a batuta. O número 10 bateu o livre à entrada da área e a bola só parou no fundo das redes, enganando o guardião azul e branco. 

Agora sim, não havia volta a dar e era preciso arregaçar as mangas para tentar a reviravolta, mas a falta de ideias ofensivas foi (mais uma vez) gritante na equipa de Anselmi. 

Sem nunca se desfazer do sistema que quis implementar desde o primeiro dia no FC Porto, que, já se notou há muito tempo, não é o mais adequado ao plantel, o argentino até mexeu na equipa e tentou refrescar o ataque, mas as substituições não surtiram efeito.

Até ao fim, ainda houve aproximações à baliza de Ustari, saltando à vista dois lances perigosos de Samu nos últimos 10 minutos, mas o volume atacante portista não justificou outro desfecho. 

Com esta derrota, as contas do apuramento para os oitavos complicaram bastante: os dragões já não dependem de si e um empate entre Palmeiras e Inter Miami qualifica as duas equipas... 

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