
O antigo patrão da escuderia Jordan, de Fórmula 1, que levou o português Tiago Monteiro ao pódio do GP dos Estados Unidos, em 2005, morreu esta quinta-feira, vítima de cancro, aos 76 anos, anunciou a família.
Conhecido pelo seu sentido de humor, foi o patrão da equipa Jordan, nos anos de 1990 e 2000, pela qual correu Tiago Monteiro em 2005, sofria de um cancro agressivo na bexiga e na próstata, que se espalhou para a coluna e pélvis.
De acordo com o comunicado da família, Eddie Jordan "faleceu pacificamente, junto da sua família, na Cidade do Cabo", ao início desta quinta-feira.
"O EJ trouxe carisma, energia e um charme irlandês a todos os lugares aonde foi. Vamos todos sentir um enorme vazio sem a sua presença. Será lembrado por muita gente mas deixa-nos com muitas memórias que nos farão continuar a sorrir enquanto lidamos com a nossa dor", lê-se,
Homem de negócios, natural da República da Irlanda, correu em karts e na Fórmula Ford.
Em 1991 fundou a equipa de Fórmula 1 que levou o seu nome e pela qual se estreou o alemão Michael Schumacher antes de competir pela Benetton, com a qual venceu os dois primeiros títulos mundiais, em 1994 e 1995.
Em 2005, último ano em atividade da equipa, fez alinhar o português Tiago Monteiro, que terminou em terceiro lugar o GP dos Estados Unidos, marcado pela desistência de todos os pilotos equipados com pneus Michelin.
A prova foi ganha por Michael Schumacher, então na Ferrari, com o brasileiro Rubens Barrichello (Ferrari) em segundo e Tiago Monteiro em terceiro.
Eddie Jordan venderia a sua equipa que, depois de vários proprietários, é, atualmente, a Aston Martin, que ainda milita no Grande Circo.
Jordan foi, também, comentador de Fórmula 1 e apresentador do famoso programa Top Gear.
"Estou muito triste, obviamente. Falei com ele há um ano e já estava bastante afetado. Sempre foi um otimista e um lutador. Infelizmente, este cancro foi muito agressivo e não aguentou", disse Tiago Monteiro, em declarações à agência Lusa.
O piloto portuense foi contratado pelo próprio Eddie Jordan para a Fórmula 1.
"Lidei com ele algumas vezes. Até que um dia me chamou ao escritório e encontro-o com os pés em cima da secretária e disse-me que estava por minha conta, pois tinha vendido a equipa e ia para a reforma. Tinha um grande sentido de humor e fazia muitas piadas. Era um visionário e um lutador", destacou Monteiro, que atualmente representa a Porsche.
O piloto português lembra que Eddie Jordan "geria a equipa de forma muito familiar". "Conhecia toda a gente pelo nome e eram 450 pessoas", concluiu.