A subida do nível das provas organizadas pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) é desejada pelo diretor técnico nacional, Óscar Tojo, consciente da necessidade de reflexão sobre os quadros competitivos.

"As expectativas são as melhores para esta temporada, no sentido de dar continuidade a provas que são fundamentais, porque estão perto do pico da pirâmide e permitem aos jovens jogadores poderem dar o salto para as competições profissionais. É fundamental conseguirmos garantir as melhores provas possíveis para potenciar os jogadores e os treinadores que nelas participam e ajudar os clubes a desenvolverem-se", reconheceu à agência Lusa o dirigente, nas vésperas do arranque de vários campeonatos nacionais.

Principal prova tutelada pela FPF e situada logo abaixo dos dois escalões profissionais, a Liga 3 iniciará a quinta edição na sexta-feira, um dia antes do começo do Campeonato de Portugal (CP), quarto e último patamar nacional na hierarquia do futebol masculino sénior.

"Estamos a falar de clubes com investimentos significativos, em que cerca de 75% dos jogadores são portugueses e houve uma assistência global a rondar as 350.000 pessoas na época passada. É uma das provas mais competitivas na FPF e isso permite-nos ter expectativas positivas em relação à sua proximidade com as ligas profissionais. A Liga 3 tem características e normas de participação que nos levam a garantir um espetáculo de qualidade, no sentido de aproximar os clubes ao nível das estruturas, dos investimentos e da qualidade do jogo para poderem estar perto de um nível competitivo elevado", notou.

Os campeonatos nacionais de sub-19 e sub-17 também vão começar no sábado e a Liga Revelação, destinada aos sub-23, entrará em ação a partir de domingo, enquanto a I Divisão de sub-15 só tem início agendado para o fim de semana de 27 e 28 de setembro.

"Através dos nossos departamentos de competições e de inteligência, temos vindo a acompanhar a competitividade destas provas em anos anteriores. São valores muito elevados: em 2024/25, houve 74% nos sub-17, 83% nos sub-19, 85% na Liga Revelação, 89% no CP e 91% na Liga 3", atestou Óscar Tojo, refletindo esses dados na presença nos oitavos de final da última edição da Taça de Portugal de dois clubes do terceiro escalão e quatro do quarto - o Tirsense foi semifinalista -, contra 10 da I Liga e nenhum da II Liga.

Se os emblemas profissionais estão a recrutar ano após ano na Liga 3, o diretor técnico nacional salienta que na Liga Revelação, com 40% de praticantes entre 16 e 18 anos, tem havido quase 38% a evoluir nas suas carreiras e mais de metade a alcançar a I e II Ligas.

Integrado na FPF desde junho, Óscar Tojo considera que o debate sobre os formatos das provas não profissionais e jovens é central para a entidade presidida por Pedro Proença, mesmo que a estabilidade de alguns exemplos positivos favoreça o desenvolvimento do talento português" no futebol, no futsal e no futebol de praia masculino e feminino.

"Sentimos que é preciso alguma reflexão e que esta época vai ser fundamental para nós, até porque não tivemos a oportunidade de realizar um estudo de maior profundidade em relação às possíveis alterações que podemos vir a fazer nos próximos anos. Estamos a criar comissões permanentes, no sentido de avaliar o impacto das provas e como é que conseguimos alterar as mesmas, tendo em conta o crescimento e as necessidades do futebol português", admitiu o ex-fisiologista da seleção nacional de sub-21 e do FC Porto.

Novidade para 2025/26 é o 'Match Center', através do qual a FPF assegurará a presença dos respetivos delgados em todos os encontros das competições por si organizadas.

"É um projeto recente, em que há uma interligação e uma centralização de contactos, que nos permite garantir a execução do jogo e a sua qualidade dentro das expectativas e do que está devidamente previsto e organizado, para que possa ser um espetáculo atrativo para as pessoas e seja dada uma resposta importante na qualidade do mesmo", finalizou.