Ángel Di María é um dos cerca de vinte futebolistas investigados em Itália por jogo em plataformas ilegais, num caso divulgado esta sexta-feira pelo “Corriere Della Sera” e que terá tido como pivôs Sandro Tonali e Nicolò Fagioli, que já foram sancionados pela justiça desportiva por terem estado envolvidos em apostas ilegais, incorrendo agora também em sanções nos tribunais civis.

O atual jogador do Benfica será um dos vários futebolistas que terão participado em jogos de póquer online em salas não regulamentadas, com a procuradoria de Milão a acreditar, no entanto, que tanto o argentino como outros jogadores não apostavam em jogos de futebol, ao contrário de Tonali e Fagioli. No entanto, jogar em plataformas ilegais trata-se de uma ofensa criminal e o jogador pode incorrer numa multa que, em caso de acordo judicial, não deverá ultrapassar os 250 euros. O “Corriere Della Sera” sublinha, contudo, que a federação italiana de futebol pode decidir abrir procedimentos desportivos contra os futebolistas envolvidos, mesmo que não tenham apostado em futebol.

As conclusões foram tiradas depois de analisados os chats nos telemóveis de Tonali e Faigioli, ligando-os a vários outros jogadores que, na altura, entre finais de 2021 e outubro de 2023, militavam na Serie A - Di María foi, a meio desse período, jogador da Juventus. Entre os visados, além do argentino, estão nomes como Nicolò Zaniolo, Alessandro Florenzi, Mattia Perin, Weston McKennie e Leandro Paredes, entre outros, futebolistas e não só.

Dívidas pagas em relógios

A procuradoria de Milão aponta que estes futebolistas eram agraciados com “uma grande quantidade de crédito” por parte dos gestores destas casas de jogo online ilegais. Quando os futebolistas ficavam com dívidas, estas eram saldadas com compras fictícias de relógios de luxo numa joalheria em Milão - os jogadores pagavam, o rasto do dinheiro tornava-se legal, mas os relógios Rolex e de outras marcas de luxo não saíam da loja. Os procuradores pedem prisão tanto para os donos das plataformas ilegais como para os proprietários da joalheria. Cerca de 1,5 milhões de euros já foram arrestados.

Sandro Tonali e Nicolò Fagioli poderão ter maiores problemas com a justiça já que os investigadores acreditam que estes faziam a promoção das casas de apostas aos colegas e serviam como intermediários na abertura de contas e nos movimentos de dinheiro. Em troca, diz o “Corriere Della Sera”, viam os seus próprios créditos aumentarem e as dívidas reduzidas. Em 2023, Tonali, agora no Newcastle, foi suspenso por 10 meses, e Fagioli, atualmente na Fiorentina, durante sete meses. Na altura foi tornado público que Fagioli sofria de ludopatia, vício no jogo, e que pedia mesmo dinheiro a colegas para cobrir as suas dívidas.

Os restantes futebolistas indicados pela procuradoria terão alegado que o objetivo de estarem nas salas de póquer não passava por ganhar dinheiro, mas sim passar o tempo livre que tinham nos estágios de clubes e seleções. O “Tuttosport” refere que a documentação do caso será agora enviada à federação italiana que, dependendo da seriedade do comportamento dos jogadores, poderá abrir procedimentos disciplinares. As sanções podem ir de suspensões, multas, até a um simples aviso.