Sérgio Conceição foi apresentado esta terça-feira, último dia do ano, como novo treinador do Milan, ao lado do diretor Zlatan Ibrahimovic, que no verão já tinha apresentado Paulo Fonseca.
«Toda a gente sabe quem é o Conceição: é muito direto, tem carácter, é um vencedor, já entrou a meio da época e teve grandes resultados no FC Porto. Tem ideias claras na cabeça: ontem, assim que chegou, fez com que a equipa fosse ao campo imediatamente. A nossa tarefa agora é dar-lhe tudo o que pudermos», disse o sueco.
O treinador chegou a Milão ao início da tarde de segunda-feira, pouco depois de Fonseca se despedir, deu um treino e, de tarde, já parte com a equipa para a Arábia Saudita, onde vai disputar a Supertaça de Itália a 4, onde vai começar por defrontar a Juventus, onde joga o filho Francisco Conceição.
«Agradeço a Zlatan as suas palavras, agora tenho ainda mais pressão. Estou orgulhoso por estar num clube importante como o Milan e temos de deixar os adeptos orgulhosos. É um passo em frente na minha carreira e da minha equipa técnica. Não há muito tempo para preparar o primeiro jogo, mas não queremos desculpas. Se estou aqui, significa que nem tudo correu bem até agora e, como diz o Zlatan, a culpa não foi só de uma pessoa», começou por dizer Conceição.
Já falou com o seu filho Francisco? Que novidades pode trazer para o primeiro jogo?
«Tenho cinco filhos, de quem tenho notícias todos os dias (risos). O Francisco em casa é filho, a nível profissional será um adversário. Podemos mudar o sistema, depois há todo o espírito e mentalidade de qualidade, que não é negociável. Esta fome de chegar ao fim do jogo sabendo que se deu tudo para o ganhar não é fácil. Eu vivo o jogo intensamente e quero que os meus jogadores o façam como eu, como os adeptos. É esse o caminho a seguir. Os seus olhos devem brilhar quando entram em Milanello.»
É mais um problema de cabeça ou de jogo?
«Não há um problema com uma coisa, há muitas coisas que não funcionam. Uns preferem falar de tática, outros de problemas físicos, outros de problemas mentais. O Paulo teve grandes períodos aqui, outros nem tanto, mas isso faz parte do trabalho do treinador. Procuramos sempre a perfeição, mas isso não é possível. Jogamos contra adversários de qualidade, tanto em Itália como na Liga dos Campeões, mas estamos preparados para isso. Mas não quero entrar em pormenores.»
Vai usar mais o ‘pau ou mais a cenoura’?
«Dificilmente vou mudar, já tenho 50 anos, veremos. Haverá sempre onze que são mais felizes, outros menos. Faz parte da gestão do grupo. Tenho comunicação direta, olhos nos olhos, os jogadores têm de dar o seu melhor. Isso deve dar força. É como a pressão, faz parte do futebol: nos grandes clubes é preciso tê-la. Há momentos maus, mas depois há que passar para um momento melhor. Estamos com confiança. Disse aos jogadores: falar é fácil, mas depois o que conta são os resultados»
(em atualização)