O Gil Vicente inicia o campeonato no terreno do Nacional (sábado, 15h30), num jogo em que o pouco conhecimento sobre o adversário é um dos obstáculos que César Peixoto pretende contornar.

"Há menos jogos efetuados, muitos jogadores a entrar e sair, tal como connosco. Mas tentámos fazer o trabalho de casa e recolher o máximo de informação possível sobre o Nacional. Não será isso que fará a diferença entre um bom ou mau jogo. Temos a informação necessária, vamos transmiti-la à equipa, e os jogadores sabem o que têm de fazer. O importante é irmos com a nossa ideia de jogo, sermos humildes, trabalhadores, percebermos que, sem bola, temos de ser organizados e recuperar. Com bola, queremos ser dominantes. O Nacional é sempre uma equipa difícil, principalmente em casa. Lembro-me que no ano passado poucas equipas venceram lá, nós conseguimos. É um estádio complicado, com bons jogadores e bom treinador. Antevejo dificuldades, mas estaremos preparados."

Como é que sente o grupo? A equipa está preparada?

"Foi uma pré-época construída passo a passo, mas muito bem organizada. Construímos um grupo forte, e não falo só da equipa, mas de todo o clube, da estrutura. Estamos unidos e focados no objetivo de fazer uma grande época. Fomos crescendo como equipa, treino a treino, jogo a jogo. É claro que ainda temos muito para evoluir. Nenhuma equipa está a 100% nesta fase, mas o que fomos construindo deixa-me satisfeito. Agora começa a prova a sério. Temos ambição, humildade, queremos valorizar os jogadores, praticar bom futebol, competir sempre com lealdade, lutando pelos três pontos e proporcionando bons espetáculos. Temos um grupo forte e preparado para o arranque, embora ainda com margem de crescimento.

As saídas que houve foram bem colmatadas?

"Não sinto a equipa fragilizada, sinceramente. É um processo que vai evoluindo. Chegaram muitos jogadores novos e, com mais tempo de treino e competição, vão integrar-se melhor e melhorar a equipa. Ainda nos falta alguma coisa, e isso é normal. Mas estou muito satisfeito com o grupo e com o trabalho feito. Os novos jogadores estão a assimilar rapidamente a nossa ideia de jogo, o ADN que queremos para o Gil Vicente e o que significa ser jogador deste clube. Hoje temos um grupo saudável. Quando é para trabalhar, trabalhamos todos; quando é para competir, competimos todos; quando é para divertir, também o fazemos juntos. Dou-lhes liberdade com responsabilidade, e isso deixa-me satisfeito. As perspetivas são boas. É um processo, nada está fechado, e temos muito ainda para crescer."

O Gil Vicente tem um calendário complicado nas primeiras jornadas, com várias equipas fortes. Como olha para isso?

"Vejo sempre as coisas de forma positiva. Vamos ter de jogar contra todos. Se calhar é bom começar já com os mais fortes, depois teremos uma fase com equipas mais do nosso nível. Prefiro olhar jogo a jogo, preparar bem a equipa e fazê-la crescer o mais rápido possível. Não vejo as seis primeiras jornadas como um problema, mas como uma motivação extra para fazer um arranque forte de campeonato."

Faltam ainda jogadores no processo? E quanto aos objetivos da temporada, é só a permanência ou pode-se ambicionar mais?

"Falta sempre algo, porque estamos no arranque. É uma questão de tempo até as coisas estarem mais afinadas. No final da época ainda estaremos a procurar melhorar. Acho que nos falta gente na frente, é visível. Mas está a ser tratado, com calma. Não estou preocupado. Quanto aos objetivos, a permanência tem de ser a nossa obrigação. Já estive cá como jogador, e o clube cresceu muito desde então. Tem potencial para mais. Mas temos de olhar jogo a jogo, fazer o nosso melhor e depois ver até onde vamos. O objetivo é uma época tranquila, e a permanência, isso sim, tem de ser obrigatório para todos no clube.