
O capitão da seleção masculina de voleibol dos EUA, Erik Shoji, decidiu assumir que a sua orientação sexual durante o Mês do Orgulho Gay, junho, num vídeo em que reflete sobre a sua jornada até assumir «o seu verdadeiro eu».
As reações do mundo do desporto não se fizeram esperar e o líbero, de 35 anos, mostrou-se muito feliz com a decisão. «Estou tão animado com o lugar para onde a vida me vai levar», escreveu. «Vou continuar a ser eu mesmo.»
Aquele que para muitos fãs é considerado o melhor do Mundo na sua posição tem mais de 1,6 milhão de seguidores no Instagram e no Tik Tok.
O atleta olímpico faz parte da seleção norte-americana desde 2013 e ajudou os Estados Unidos a conquistar as medalhas de bronze em 2016 e 2024, além do Campeonato Mundial de 2018.
No vídeo, Shoji anuncia: «Estou aqui para dizer ao mundo que sou queer.»
Sentado, com um fundo branco, continuou: «É assustador, mas libertador ao mesmo tempo. Acho que a aceitação pessoal demora algum tempo. Para mim, levou muito tempo e ainda estou a trabalhar nisso todos os dias, mas acho que estou mais forte, mais confiante e mais seguro de mim do que nunca. E sinto que, dado quem eu sou e a plataforma que tenho, este é o meu momento e estou muito animado para seguir em frente depois disto», explicou.
Shoji nasceu e cresceu em Honolulu, Hava, e o seu irmão mais velho, Kawika, também fez parte da equipa olímpica que foi terceira classificada nos Jogos Olímpicos do Rio 2016. O seu pai é o técnico da seleção feminina da Universidade do Havai, Dave Shoji.
O líbero jogou na Alemanha, Áustria, Itália, Rússia e Polónia, onde passou os últimos quatro anos no ZAKSA, ganhando vários troféus nacionais e o títulos da Liga dos Campeões em 2022 e 2023, tendo anunciado no mês passado que deixará o clube.
«Espero ser um modelo a seguir. Estou numa posição em que isso é quase inevitável. E acho que é incrível como a comunidade do voleibol tem sido tão aberta e receptiva a tantos tipos diferentes de pessoas. Espero que não pensem diferente em relação a mim. Isto faz parte de quem eu sou, e se me amaram antes, me amarão depois», desejou.
Os avós paternos do jogador eram japoneses, conheceram-se e casaram-se num campo de concentração antes de seu avô lutar no 442.º Regimento de Infantaria dos EUA na Segunda Guerra Mundial.
A partida contra a China, no Hoffman Estates, dia 25 de junho, deve ser a primeira aparição de Shoji na seleção desde que se assumiu.
Nos Jogos Olímpicos de Paris2024, o único homem gay assumido a competir numa modalidade coletiva tradicional também era um jogador de voleibol, o canadiano Justin Lui.