Cenas de pancadaria nas bancadas do Estádio Libertadores de América, em Avellaneda, Buenos Aires, levaram esta madrugada à suspensão do jogo entre Independiente e Universidad de Chile, nos oitavos de final da Taça Sul-Americana. 

A briga terá começado no intervalo de jogo, quando visitantes incendiaram objetos no setor e arremessaram cadeiras, pedras, bombas e outros objetos na direção dos argentinos. A reação seria bastante violenta.

Em entrevista ao canal argentino TyCSports, o presidente do Independiente, Néstor Grindetti, afirmou que espera que o clube chileno seja punido pela confusão.  

«Agora estamos preocupados pela segurança de todos. Já estamos a falar com as pessoas da Conmebol e vamos defender todos os interesses do nosso clube. O Independiente não teve nada a ver com isto. Está claro que o começo e também as consequências dos incidentes foi só de um público - adeptos da Universidade. Há um claro e evidente responsável. Tem de haver uma punição ao clube chileno e uma libertação de responsabilidades do Independiente», disse. 

«O que aconteceu hoje foi lamentável. Os adeptos destruíram as nossas casas de banho, pegaram em vários objetos e atiraram-nos nas bancadas. Uma violência sem precedentes, absolutamente injustificada», acrescentou. 

No entanto, os adeptos do Independiente não ficam isentos de culpa. Depois de o árbitro interromper a partida, cercaram vários chilenos na bancada quando grande parte já tinha saído para a rua. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram pelo menos 100 adeptos do Independiente a cercar 20 chilenos. Com barras de ferro nas mãos, os locais agrediram os visitantes e obrigaram alguns a tirar a roupa. Pelo menos um é visto a atirar-se para o vazio, pelo lado de fora da bancada.  

Na guerra de atribuição de responsabilidades, o dirigente Daniel Schapira, do Universidad de Chile, criticou duramente a organização: «Não podem colocar a nossa claque por cima da claque do Independiente. É uma loucura.»

O presidente do Chile, Gabriel Boric, lamentou a confusão e fez críticas à Conmebol pelo ocorrido. «O que aconteceu em Avellaneda entre os adeptos do Independiente e da Universidad de Chile foi errado em muitos aspetos, desde a violência até à flagrante irresponsabilidade da organização. A justiça deve determinar os responsáveis. Agora, a nossa prioridade como governo é verificar a situação dos nossos compatriotas atacados, garantir o seu atendimento médico imediato e garantir a proteção dos detidos. Para isso, estamos a trabalhar com a Embaixada, o Consulado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Ministério do Interior.» 

O Canal Tyc Sports fala em pelo menos 300 chilenos presos e feridos dos dois lados, incluindo dez casos graves.