Antes de Sérgio Ramos ter assinado pelo Monterrey, já outras lendas do Real Madrid tinham explorado o mercado mexicano, entre elas Emilio Butragueño. O antigo avançado espanhol, depois de doze épocas com a camisola 'blanca', transferiu-se em 1995 para o Atlético Celaya, onde ficou até 1998, embora o destino que pretendia fosse... o Japão.

"A minha ideia inicial era ir para o Japão. Não queria jogar na Europa, porque o destino é imprevisível e podia acontecer-me enfrentar o Real Madrid e não queria que isso acontecesse", contou o atual diretor de relações institucionais dos merengues numa reportagem da 'Fox'.

Butragueño revelou ainda que assinou com o clube, que tinha acabado de subir à 1.ª divisão mexicana, com o objetivo de ficar apenas um ano. Acabou por ficar três, aliciado por um bom contrato de 720 mil euros anuais, uma casa e dois carros. Durante estes anos, o antigo internacional espanhol era visto como uma verdadeira celebridade, tendo sido recebido por 25 mil adeptos, numa receção tão impactante como se de um chefe de Estado se tratasse.

Também Míchel, médio espanhol que passou outras doze épocas no Real Madrid, juntou-se a Emilio em 1996 no Celaya e relata que viveram episódios surreais. As condições que o clube oferecia nada tinham que ver com as que lhes eram oferecidas em Madrid... até no cuidado com a roupa.

"Nos primeiros treinos, nem campo próprio tínhamos para trabalhar. Foi uma mudança radical. Passámos de jogar no Real Madrid para termos de levar o próprio equipamento, porque em Celaya não tínhamos instalações para nos trocarmos. Saíamos já equipados de casa. Era engraçado... Devíamos ter tirado uma foto", recorda o antigo craque.

Miguel Ángel Fernández, filho de um dirigente do At. Celaya na altura, contou também um episódio bastante caricato que envolveu Butragueño. Segundo contou à 'Marca', houve um jogo que a sua camisola '7' - que era a mais vendida no México, durante aqueles anos - não apareceu e foi necessário encontrar uma solução de recurso.

"Houve um jogo em que a camisola '7' do Butragueño não apareceu, não sei porquê. Então fomos fora do estádio comprar uma camisola falsificada igual à dele. Foi muito curioso, porque era o único jogador que não tinha nome nas costas", relata.