As esperanças de Lando Norris em conquistar o Campeonato do Mundo de Fórmula 1 de 2024 evaporaram quase por completo, com as suas escassas hipóteses a serem extintas após um turbulento Grande Prémio do Brasil. Enquanto os holofotes estão virados para a vitória improvável de Max Verstappen a partir da P17 na grelha, o ex-piloto de F1 Karun Chandhok argumenta que a verdadeira história reside no início lento da McLaren na temporada—um erro que deixou Norris a correr atrás desde o início.


As Primeiras Cinco Corridas: Um Campeonato Perdido Antes de Começar

Falando no Sky F1 Podcast, Chandhok destacou a performance medíocre da McLaren nas cinco primeiras corridas como o fator decisivo na batalha pelo campeonato. Enquanto Verstappen dominava com quatro vitórias nessas corridas iniciais, a McLaren lutava para encontrar o seu ritmo, deixando Norris a 52 pontos de desvantagem até ao Grande Prémio de Miami.

“O campeonato não se perdeu no Brasil—perdeu-se nas primeiras cinco corridas,” disse Chandhok. “Verstappen construiu uma vantagem insuperável durante esse período. É muito reminiscentes da dominância de Jenson Button em 2009, onde uma liderança precoce se revelou decisiva.”

Apesar do impressionante ressurgimento da McLaren, com Norris a conquistar a sua primeira vitória em Miami e a emergir como o principal rival de Verstappen até ao Grande Prémio de Espanha, a desvantagem inicial era simplesmente grande demais para ser superada.


Uma Temporada para Celebrar, mas Não Sem Arrependimento

No Grande Prémio de São Paulo, Norris tinha reduzido a vantagem de Verstappen para apenas 44 pontos, mas uma corrida molhada e caótica em Interlagos viu o holandês aumentar a sua vantagem no campeonato para 62 pontos. Chandhok acredita que a performance de Norris no Brasil, embora admirável, destacou o abismo entre o ritmo da McLaren e da Red Bull, especialmente em momentos cruciais.

“Acho que a McLaren pode orgulhar-se da temporada que Norris construiu,” disse Chandhok. “Mas quando se começa tão longe na classificação antes de Miami, a escrita já está na parede.”


Erros no Brasil: Uma Dura Realidade

Chandhok também concordou com a avaliação franca de Norris após a corrida de que a McLaren não tinha o ritmo para desafiar Verstappen no Brasil, mesmo sem os erros não forçados que o britânico cometeu durante a corrida. Múltiplas saídas de pista e dificuldades em ultrapassar rivais como George Russell e os pilotos da Alpine mostraram as limitações do pacote de corrida da McLaren em comparação com a Red Bull de Verstappen.

“Se Norris tivesse o ritmo de Verstappen, teria ultrapassado Russell e os Alpines, bandeira vermelha ou não,” acrescentou Chandhok. “Mas a realidade é que a McLaren não tinha o carro para igualar a Red Bull em Interlagos, e Verstappen capitalizou isso.”


O Que Se Segue para Norris e McLaren?

Embora Norris tenha ficado aquém na sua candidatura ao título, a McLaren tem motivos para ser otimista em direção a 2025. A recuperação da equipa a meio da temporada—marcada por atualizações aerodinâmicas e pelos consistentes pódios de Norris—sinaliza que estão a reduzir a diferença para a Red Bull. No entanto, Chandhok alerta que um início mais forte na próxima temporada será crucial se Norris espera destronar Verstappen.

“A recuperação deles este ano foi impressionante, mas as margens na F1 são muito apertadas,” concluiu Chandhok. “A McLaren tem de garantir que começa em grande em 2025 se quiser lutar pelo campeonato.”


Uma Fórmula Familiar na F1

A dominância de Verstappen no início da temporada e a busca valente, mas em última análise insuficiente, de Norris apresentam semelhanças marcantes com corridas de título do passado, como a campanha de Jenson Button em 2009. Para a McLaren, a lição é clara: num desporto onde o momentum é tudo, não há espaço para um início lento.