
Bruno Lage, treinador do Benfica, em declarações na sala de imprensa do estádio dos Arcos, após a vitória por 3-2 frente ao Rio Ave, da 26.ª jornada da Liga:
Qual a importância da vitória e resposta do grupo após a eliminação da Champions?
Foi uma vitória muito importante numa boa exibição e numa reação fantástica mentalmente após o 2-2. Fizemos 63 minutos de enorme qualidade e criámos imensas oportunidades de golo num campo difícil contra uma equipa bem orientada e que tem tido uma evolução muito boa com o Petit. Feliz por este momento. O 2-1 permitiu ao Rio Ave entrar no jogo e chegar depois ao 2-2. Mas a equipa teve uma reação muito boa a esse momento, fez o 3-2 e ainda teve duas ou três jogadas de enorme qualidade. Estamos felizes [pela vitória] porque jogámos num estádio difícil, vencemos e vencemos bem. Conquistámos três pontos que são muito importantes.
Estas vitórias dão confiança e podem dar campeonatos?
Claro que dão. Vencer fora contra estas equipas que tiram pontos a adversários diretos dão campeonatos e também podem tirar. Foi o que disse aos jogadores. Vamos entrar numa sequência de nove jogos em mês e meio e sinto que a equipa está num bom momento, a jogar bem e a criar muitas oportunidades. Marcámos três golos, mas podíamos ter feito mais. Não podemos cometer deslizes que permitam ao adversário discutir o resultado depois do que fizemos.
Quão difícil vai ser a paragem uma vez que grande parte dos jogadores vão estar de fora?
Há cinco ou seis seis anos, os jogadores iam às seleções e voltavam à segunda ou terça-feira para jogarem no fim de semana seguinte. Neste momento as coisas são diferentes, os jogadores chegam quarta ou quinta-feira e ainda têm de recuperar. Tivemos de nos adaptar e evoluir. Mas a equipa tem tido sempre um bom comportamento nesses momentos e entra imediatamente na competição. A equipa vai estar focada, comprometida e unida, sente-se isso. O ambiente está bom e o apoio dos adeptos, ainda hoje depois do 2-2, foi execional. Temos de perceber que faltam nove jogos na Liga e a meia-final com o Tirsense. A equipa vai perceber que será muito importante dar continuidade ao trabalho que tem vindo a fazer.
O Tomás Araújo saiu com problemas físicos. Compreendeu a explicação do selecionador nacional para não convocar o jogador para a seleção?
Há sempre comunicação entre os clubes e a FPF. Já expliquei na flash e a FPF explicou ontem a parte deles. O esforço de jogar a central ou a lateral são diferentes, as corridas são diferentes. Como lateral, o Tomás faz corridas de maior intensidade, faz mais passes, os gestos técnicos são diferentes, é sujeito a mais cruzamentos. Ele tem sentido esse aumento de carga. O que sentimos é que entre os jogos ele consegue recuperar, mas durante o jogo fica mais cansado. Este momento vai ser bom para ele recuperar. Hoje jogou 45 minutos e ao intervalo teve de sair.
Por que razão entrou o Barreiro e o Aursnes recuou e não entrou o Leandro, o que obrigaria a mexer apenas num setor?
Podia ser um ou outro. Tenho total confiança no Aursnes ou no Leandro. Sentimos que faltava um homem para fazer diagonais e movimentos contrários aos que o Pavlidis e o Amdouni faziam. Falámos com Aursnes e ele não teve problemas em jogar como lateral. Entrou o Leandro [Barreiro] e entrou muito bem.
«No dia dia de ontem [sábado], enquanto tentava recuperar, recebi imensas mensagens de apoio de amigos e adeptos benfiquistas. Agradeço publicamente todo o apoio que recebei, não foi nada de especial, foi uma virose. É o que dá ter meninos pequeninos. Muito obrigado pela preocupação e pelas mensagens de apoio.»