O triunfo na jornada inaugural, diante do Casa Pia (1-0), permitiu ao Boavista entrar com o pé direito no campeonato. Cristiano Bacci – hoje no Moreirense -, era o técnico das panteras. A equipa entrou, depois, numa espiral negativa e esteve oito jogos consecutivos sem vencer – três empates e cinco derrotas. Nova vitória chegou à 10.ª ronda, frente ao Gil Vicente (2-1), mas após o sucesso em Barcelos voltou o período negro: três empates e… 10 derrotas!

Pelo meio do jejum, houve consequências (também) no banco de suplentes, com o técnico italiano a deixar o clube e a ser rendido por Lito Vidigal. E foi com o regresso de uma cara bem conhecida ao Bessa que os axadrezados conseguiram mais uma vitória, no caso, na receção ao Santa Clara (1-0), há pouco mais de um mês. Sol de pouca dura, porém.

Seguiram-se três desaires e… nova mudança de treinador. Jorge Couto, homem da casa, voltou a assumir as rédeas da equipa e, na (re)estreia, conduziu o seu Boavista a novo triunfo. Mesmo que para isso tenha de ter derrotado um velho amigo, Petit. Ambos ficaram na mais gloriosa página da história do Boavista, uma vez que faziam parte do plantel que foi campeão nacional em 2000/2001.

E para mais uma noite de emoções fortes dos adeptos boavisteiros em muito contribuiu o espírito coletivo. Sem condições para realizarem uma exibição de gala – os resultados e o último lugar na tabela não permitem aspirar a grandes brilharetes… -, os axadrezados tiveram a ponta de sorte que tantas vezes lhes faltou noutras ocasiões e beneficiaram de um autogolo de Jonathan Panzo, que, na sequência de um canto cobrado por Salvador Agra e que Abdoulay Diaby tinha penteado ao primeiro poste, traiu Cezary Miszta.

A reação do Rio Ave – que somou o quinto desaire consecutivo (quatro na Liga e um na Taça de Portugal) e que ainda não conseguiu fechar as contas da permanência – foi sempre ténue. Os vila-condenses tiveram domínio, sim, mas muito pouca ousadia na hora de visar a baliza de Tomas Vaclík.

E quando uns não conseguem… estão outros desertos: Miguel Reisinho cruzou da esquerda, Robert Bozenik cabeceou para bela intervenção de Cezary Miszta, e, na recarga, Vukotic encostou para selar o triunfo boavisteiro.

Foram apenas três pontos, é certo, mas a verdade é que o Boavista ainda está vivo. A questão é: quantas vidas tem a pantera?...

Reação dos treinadores

Petit - Rio Ave

O grande problema continua a ser os golos muito consentidos que temos vindo a sofrer. Temos alertado para isso, mas voltou a acontecer. Muitos passes para o lado e para trás, sem intensidade. Não jogámos como equipa e quando é assim torna-se difícil.

Jorge Couto - Boavista

Fizemos um bom jogo. O Rio Ave teve mais bola, apesar de não ser isso que queríamos. Mas é importante saber sofrer e também conseguimos jogar. Os nossos jogadores foram inexcedíveis. A vitória é justa, foi importante e isto é o crer do Boavista.

As notas dos jogadores do Rio Ave:

Cezary Miszta (6), João Tomé (5), Andreas Ndoj (5), Jonathan Panzo (4), Omar Richards (5), Demir Tiknaz (5), Brandon Aguilera (5), André Luiz (5), Olinho (5), Tiago Morais (5), Clayton (5), Karem Zoabi (4), Marious Vrousai (4), João Novais (4), João Graça (4) e Bakoulas (-)

As notas dos jogadores do Boavista:

Tomas Vaclík (6), Vitalii Lystsov (5), Rodrigo Abascal (5), Sidoine Fogning (5), Salvador Agra (6), Vukotic (7), Seba Pérez (5), Joel Silva (5), Kurzawa (5), Abdoulay Diaby (6), Robert Bozenik (6), Miguel Reisinho (6), Ibrahima Camará (5), Filipe Ferreira (5), Osman Kakay (-) e Gboly Ariyibi (-)

Em atualização