Cristiano Bacci. Tiago Margarido. Ian Cathro. César Peixoto. João Pereira. Vasco Matos. Vítor Bruno.
Os sete nomes acima correspondem, respetivamente, aos técnicos de Boavista, Nacional, Estoril, Moreirense, Casa Pia, Santa Clara e FC Porto. E são, também, os únicos treinadores que se mantêm nos seus cargos desde que a I Liga 2024/25 arrancou.
A presente temporada tem visto aumentar a já habitual instabilidade entre os bancos nacionais. Só se disputaram 15 das 34 jornadas, mas já houve 12 mudanças de treinador, um valor que já supera o total de vários campeonatos da última década, como 2014/15, 2015/16, 2017/18, 2018/19 ou 2022/23.
Tudo começou ainda antes da primeira jornada, quando Tozé Marreco saiu do Gil Vicente e foi substituído por Bruno Pinheiro. Ainda setembro não terminara e também já o SC Braga (saiu Daniel Sousa, entrou Carlos Carvalhal), o Benfica (Bruno Lage substituiu Roger Schmidt), o Farense (José Mota não resistiu, Tozé Marreco voltou a trabalhar semanas depois de sair do Gil) e o Estrela (saiu Filipe Martins, entrou o diretor-desportivo tornado treinador José Faria) haviam operado alterações.
As trocas e baldrocas foram continuando, culminando, nos últimos dias de 2024, com as mexidas em cadeia no Sporting e Vitória SC. Os leões despediram João Pereira para ir contratar Rui Borges, com os minhotos a substituirem o transmontano por Daniel Sousa, que em agosto saiu do SC Braga e agora vai para o rival.
As 12 mexidas de treinador na I Liga são um máximo europeu. Olhando aos 10 primeiros campeonatos do ranking UEFA, nenhum leva tantas mudanças como Portugal e só a Turquia se aproxima.
Com efeito, os turcos já levam 11 alterações nos bancos, apenas menos uma que os portugueses. De resto, mais nenhuma das principais ligas tem, sequer, metade do total de Portugal.
O valor mais baixo vai para a Eredivisie, dos Países Baixos, com somente duas trocas. Ligue 1 e Bundesliga ficam-se por três alterações, enquanto a Serie A, La Liga e a Premier League já foram palco de quatro câmbios.
Finalmente, a Bélgica e a Chéquia já tiveram cinco entradas e saídas. Todas ficam bem longe da dúzia de Portugal.
Mudanças de treinador até ao momento nas ligas top-10 da UEFA:
Portugal: 12
La Liga: 4
Premier League: 4
Serie A: 4
Bundesliga: 3
Ligue 1: 3
Eredivisie: 2
Bélgica: 5
Chéquia: 5
Turquia: 11
A maior parte das mexidas em Portugal deu-se, como habitual, devido a maus resultados. As exceções deram-se no Sporting, quando o Manchester United bateu a cláusula de rescisão de Ruben Amorim, e no Vitória, quando os leões fizeram o mesmo com Rui Borges, na sequência do despedimento de João Pereira.
Mudanças de treinador na I Liga 2023/24
Gil Vicente (antes do começo do campeonato): saiu Tozé Marreco, entrou Bruno Pinheiro
SC Braga: saiu Daniel Sousa, entrou Carlos Carvalhal
Benfica: saiu Roger Schmidt, entrou Bruno Lage
Farense: saiu José Mota, entrou Tozé Marreco
Estrela: saiu Filipe Martins, entrou José Faria
Arouca: saiu Gonzalo García, entrou Vasco Seabra
Rio Ave: saiu Luís Freire, entrou Petit
Sporting: saiu Ruben Amorim, entrou João Pereira
AFS: saiu Vítor Campelos, entrou Daniel Ramos
Famalicão: saiu Armando Evangelista, entrou Hugo Oliveira
Sporting: saiu João Pereira, entrou Rui Borges
Vitória SC: saiu Rui Borges, entrou Daniel Sousa
O ritmo de substituições está a ser maior do que o normal para os padrões da I Liga. O número de trocas nos bancos já só é inferior ao total registado em três das últimas 10 temporadas. Apenas em 2023/24, 2019/20 e 2016/17 houve, em toda a I Liga, mais do que 12 mudanças.
Na temporada passada, houve 14 trocas de treinador, o terceiro valor mais alto da década. Em 2019/20, registaram-se 16 alterações, indo o prémio de campanha mais instável para 2016/17, com umas incríveis 18 mudanças. No entanto, esse título está, agora, em risco.
Nesta dança das cadeiras, Tozé Marreco começou a época no Gil Vicente e está agora no Farense. Daniel Sousa arrancou a campanha no SC Braga e orienta o Vitória SC, Rui Borges passou do clube de Guimarães para o Sporting.
Vasco Seabra acabou a época passada no Estoril, saiu e já leva sete partidas no Arouca. Daniel Ramos foi despedido em novembro de 2023 do Arouca e assumiu o AFS em novembro de 2024. Petit saiu do Boavista durante a temporada passada, teve uma breve passagem pelo Brasil e chegou em novembro ao Rio Ave. Carlos Carvalhal e Bruno Lage regressaram, durante a temporada, a emblemas que já haviam orientado.