O Arouca quer fazer melhor do que o 12.º lugar da época passada e, na antevisão a este jogo, Vasco Seabra disse que a equipa ainda não está no seu melhor. A ser esse o caso, o Arouca pode olhar para esta Liga com muito otimismo porque rubricou uma exibição personalizada e por demais convincente frente a um frágil Aves SAD (3-1), esse sim certamente longe da sua melhor versão.

Antes do apito inicial, o novo relvado do Estádio Municipal de Arouca testemunhou duas homenagens: uma aos bombeiros e outra a Jorge Costa, com um minuto de silêncio sentido por dois dos clubes que a figura do futebol português treinou.

Com a bola a rolar o Arouca instalou-se no meio-campo contrário e só precisou de oito minutos para marcar – bom trabalho de Lee Hyunju (apareceu muito bem nas entrelinhas) a cruzar para o desvio certeiro de Trezza, que apareceu isolado na pequena área, entre Devenish e Kiki Afonso.

A equipa de José Mota (que cumpriu castigo e viu o jogo da bancada) viveu depois a melhor fase em campo muito graças à velocidade de Mucuana e de Babatunde. Mas as chances criadas por esta dupla foram desperdiçadas por Rafael Barbosa (14’ e 38’) e, sobretudo, por Jordi Escobar (33’). O internacional jovem por Espanha teve uma exibição marcada por vários erros.

O Arouca usava Lee Hyunju e Fukui como falsos-extremos para confundir a defesa e, assim, impor o seu jogo. O que traria mais frutos em breve.

Quem procura sempre alcança

A julgar pela entrada em campo na 2.ª parte, dir-se-ia que o Arouca era a equipa em desvantagem. Vasco Seabra claramente instruiu a equipa a ir em busca do golo da tranquilidade e com a entrada enérgica de Amadou Danté, os lobos corresponderam aos 54’, com um remate colocado do reforço Nais Djouahra, assistido por Trezza.

Oito minutos depois o resultado ficou sentenciado: Fukui bailou pelas entrelinhas que sempre explorou e deixou a bola bem redondinha para Trezza, que não esteve para meias medidas e desferiu um míssil que só parou no fundo das redes de Simão Bertelli.

O Arouca teve depois a sagacidade de dispensar o controlo da posse de bola, mas não largar o domínio do jogo. Os avenses bem insistiram, com Babatunde e o reforço Guilherme Neiva, mas foi o inevitável Nenê a encontrar o caminho da baliza (90+1’), com o instinto matador que os relvados portugueses tão bem conhecem. Um minuto depois, Kiki Afonso ameaçou o golo com um cruzamento, mas a derrota já era inescapável.

Vitória repleta de justiça para os lobos, com uma exibição que deixa água na boca para os adeptos arouquenses no que toca ao resto da época. Já o Aves SAD ainda tem de crescer para evitar uma época tão intermitente como a última e o golo no final não mascarou as fragilidades da equipa, que também não deixou de dar alguns sinais positivos.

Notas dos jogadores do Arouca: João Valido (5); Alex Pinto (6), José Fontán (6), Boris Popovic (5), Arnau Solà (6); Pedro Santos (6), Taichi Fukui (7); Alfonso Trezza (8), Lee Hyunju (7), Nais Djouahra (7); Dylan Nandín (5). Amadou Danté (5), David Simão (5), Miguel Puche (5), Nateo Flores (5), Brian Mansilla (-).

As notas dos jogadores do Aves SAD: Simão Bertelli (5); Jaume Grau (5), Cristian Devenish (4), Aderllan Santos (5), Kiki Afonso (5); Ángel Algobia (5), Pedro Lima (5); Babatunde Akinsola (6), Rafael Barbosa (5), Edson Mucuana (6); Jordi Escobar (4). Guilherme Neiva (5), Nenê (6), Tiago Galletto (5), Gustavo Mendonça (5), Diego Duarte (5).

Reação de Vasco Seabra:

Tivemos a capacidade de desconstruir o adversário e depois capacidade de finalização. Até aos 65 minutos dominámos o jogo e fizemos os golos de forma meritória. Temos de manter a exigência nos últimos minutos do jogo, mas estou satisfeito com a atitude geral dos jogadores.

Reação de Paulo Sousa (treinador-adjunto do Aves SAD):

Entrámos algo ansiosos, temos muita malta nova, estamos a integrar muita gente e isso percebe-se. Na 1.ª parte tivemos três situações flagrantes de golo, se tivéssemos marcado dois golos, a 2.ª parte seria diferente. Depois quando procurámos o golo, o Arouca fez dois golos. Faz parte do nosso crescimento, o importante é corrigirmos o que fizemos menos bem.

Artigo atualizado.