O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou que nos próximos dias o Exército russo poderá intensificar ataques sobre a Ucrânia, visando fortalecer politicamente o Presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Zelensky analisou este sábado com os altos comandos das Forças Armadas a situação na linha da frente, poucas horas depois da inédita cimeira no Alasca entre Putin e o seu homólogo norte-americano, Donald Trump.

Kiev tem conhecimento de "movimentos e preparativos" das tropas russas, após recentes tentativas de ganhar terreno no leste da Ucrânia e romper as últimas linhas de defesa.

Zelensky reconheceu situações "extremamente difíceis" em vários pontos da região de Donetsk e advertiu que as forças ucranianas se reservam o direito de "contra-atacar" - "se necessário, de forma assimétrica".

Os avanços e recuos de Trump num cessar-fogo

A cimeira do Alasca, que decorreu na sexta-feira, terminou sem acordos sobre a guerra. Trump voltou a rever a sua posição, dizendo que já não considera necessário um cessar-fogo e defendendo a negociação "direta" de um acordo de paz.

O Governo ucraniano não comentou diretamente esta aparente mudança. Zelensky, que falou com Trump de madrugada durante mais de uma hora, limitou-se a afirmar nas redes sociais que as posições de todas as partes estão "claras".

"Devemos alcançar uma paz real, duradoura, e não apenas mais uma pausa entre invasões russas ", acrescentou.

Está marcada para segunda-feira uma reunião em Washington entre Trump e Volodymyr Zelensky.

O encontro do Alasca foi o primeiro dos dois presidentes desde 2018 e marcou o regresso de Vladimir Putin aos Estados Unidos, após 10 anos de ausência, bem como a um grande palco diplomático, apesar de procurado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra, e de relações suspensas entre Washington e Moscovo desde a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.