A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, vai distinguir o músico Vitorino, numa data especial, com a Medalha de Mérito Cultural.
“No cinquentenário do primeiro disco de Vitorino, “Semear Salsa Ao Reguinho”, a ministra da Cultura distingue o cantor com a Medalha de Mérito Cultural”, anuncia o Governo numa publicação na rede social Instagram.
A cerimónia terá lugar antes do concerto de Vitorino na Casa da Música, no Porto, no próximo dia 9 de fevereiro.
A palco, Vitorino levará as edições com o álbum “Não Sei Do Que É Que Se Trata, Mas Não Concordo”, um disco onde canta poemas de António Lobo Antunes, Carlos Mota de Oliveira Florbela Espanca, José Jorge Letria, Miguel Torga, Sérgio Costa e originais de sua autoria.
Com uma carreira de 50 anos, Vitorino permanece musical e politicamente ativo continuando a compor para o seu repertório bem como para outros intérpretes, como são o caso de Carminho ou de Camané.
Tem também aceitado "desafios lançados por artistas das novas gerações, como os casos dos D.A.M.A e dos KARETUS", destaca o site do músico.
O alentejano que nasceu numa família de músicos
Vitorino nasceu numa família de músicos, no Redondo. “Desde que nasceu que ouvia música em sua casa, tocada pelos seus tios, tendo sido sempre neste ambiente que cresceu, bem como os seus quatro irmãos, todos igualmente músicos. Vitorino é o terceiro dos cinco; o cantor Janita Salomé é o quarto”.
Tornou-se amigo de Zeca Afonso, “quando estava a fazer a recruta no Algarve”, e aos 20 anos acabaria por fixar-se na capital Lisboa, “onde se associou à noite, às tertúlias e aos prazeres boémios”.
“Em 1968 entrou para o Curso de Belas Artes, mas já antes disso tinha começado a pintar. Emigrado em França, estudou pintura e, para sobreviver, lavou pratos em restaurantes. Foi aqui que um amigo lhe disse que se ganhava mais a cantar na rua ou no metro do que a lavar pratos. Experimentou: era verdade. Largou os pratos e agarrou na guitarra”, lê-se no site vitorinosalome.pt.
Em Paris juntou-se a outros músicos como Sérgio Godinho e José Mário Branco, igualmente emigrados. Colaborou em discos de José Afonso, Coro dos Tribunais, e Fausto.