Os vereadores socialistas da Câmara de Lisboa acusam, esta terça-feira, o autarca Carlos Moedas (PSD) de querer “tornar-se monopolista na afixação de propaganda política”, quanto à decisão de retirar cartazes políticos das “grandes avenidas de Lisboa”.

Os socialistas acusam o autarca de Lisboa de recorrer a recursos e canais da Câmara Municipal da capital como se fossem pessoais ou partidários, e fazem uma viagem breve ao passado para deixar uma ‘farpa’ a Moedas.

“Esquecido o passado do Presidente da Câmara que, nas últimas eleições autárquicas, inaugurou um outdoor gigantesco no Marquês de Pombal, Carlos Moedas ordenou a remoção coerciva de cartazes politicos do chamado eixo central de Lisboa, zona onde permitiu a colocação de centenas de mupis da Câmara Municipal que passam incessantemente mensagens de autopromoção à sua governação, demonstrando que o que pretende, na verdade, é tornar-se monopolista na afixação de propaganda política”

"O passado do Presidente da Câmara que, nas últimas eleições autárquicas, inaugurou um outdoor gigantesco no Marquês de Pombal”, face à ordem da remoção de cartazes políticos no Eixo Central, "zona onde permitiu a colocação de centenas de mupis da Câmara Municipal que passam incessantemente mensagens de autopromoção à sua governação”.

O Eixo Central, acrescenta, está agora “despido de propaganda política” mas continua “carregado de propaganda municipal de Carlos Moedas a Carlos Moeda"

"A caminho das autárquicas, Carlos Moedas já não disfarça que pretende deter o monopólio da propaganda em Lisboa, confundido o que é municipal como seu, enquanto meio e ao serviço da sua campanha partidária", acusam os vereadores socialistas, defendendo que "nos últimos três anos e meio, enquanto Lisboa tem tido um Presidente de Câmara em lay off permanente, o PSD tem tido um candidato autárquico em full time"

O presidente da Câmara de Lisboa deu início, esta segunda-feira, à remoção de cartazes políticos em "todas as grandes avenidas da cidade", além do Eixo Central, entre Saldanha e Entrecampos, como da Alameda e do Marquês de Pombal.

O Partido Nova Direita criticou a decisão e acusou Carlos Moedas de "instrumentalização política" por ordenar a remoção de cartazes partidários no centro da cidade a meses das autárquicas, considerando que pretende "fragilizar concorrentes políticos".

Também o Partido Comunista Português (PCP) manifestou o seu descontentamento, sustentando que a "remoção de propaganda eleitoral recentemente colocada com o objetivo de apelar aos votos das populações nesta coligação, já registada junto do Tribunal Constitucional, nas próximas eleições autárquicas de 2025", apresentando queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE).