Brasil e a Venezuela têm uma grande área de fronteira separada por uma estrada entre a cidade brasileira de Pacaraima e a cidade venezuelana de Santa Elena de Uairén, onde o tráfego de veículos e pessoas havia sido interrompido por ordem do Governo de Maduro na última sexta-feira.

De acordo com a polícia militar do estado brasileiro de Roraima, a passagem foi reaberta hoje, por volta das 7:30 da manhã (horário local), quando os venezuelanos voltaram a permitir a circulação regular de veículos e pedestres.

O Governo venezuelano fechou as suas principais fronteiras terrestres por três dias, coincidindo com a posse de Maduro para um novo mandato de seis anos, que o Brasil, assim como outros países sul-americanos e a União Europeia, não reconhece oficialmente já que não houve divulgação das atas das urnas usadas na votação, o que colocou sob suspeita o processo eleitoral realizado no ano passado e que Maduro alega ter vencido.

As relações entre Brasil e Venezuela estão se deteriorando desde julho passado, quando foram realizadas eleições presidenciais na Venezuela.

O Ministério da Justiça do Brasil determinou hoje uma extensão de 90 dias do envio da Força Nacional, uma força policial de elite, para a área de fronteira com a Venezuela.

A Força Nacional brasileira está em Roraima desde 10 de julho para dar suporte aos órgãos de segurança em territórios indígenas e na vigilância de fronteiras.

O Governo brasileiro foi um dos responsáveis pelo Acordo de Barbados, que garantiu a participação da oposição na eleições.

Num primeiro comunicado oficial depois da posse de Maduro, a diplomacia brasileira manifestou, no último sábado, grande preocupação com relatos de violações de direitos humanos contra opositores na Venezuela.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Brasil lembrou à Venezuela que o respeito aos direitos humanos é "fundamental" para "a plena vigência de um regime democrático" e instou Maduro e a oposição a dialogar e buscar o entendimento mútuo.

Embora não tenha reconhecido a eleição de Maduro oficialmente, o Governo brasileiro enviou a sua embaixadora em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, à cerimónia de posse do Presidente venezuelano, que aconteceu na última sexta-feira.

 

CYR // ANP

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