
Oito pessoas ficaram este domingo feridas na sequência de um ataque num evento pró-Israel, em Boulder, no estado norte-americano do Colorado. O suspeito, que terá usado um lança-chamas, foi detido pelas autoridades, que estão a investigar o caso como um ato de terrorismo.
Quatro mulheres e quatro homens, com idades entre os 52 e os 88 anos, foram transportados para hospitais locais, informou a polícia de Boulder, citada pela agência Reuters.
O suspeito foi identificado pelas autoridades como Mohamed Sabry Soliman, de 45 anos. Segundo o FBI, o homem usou um lança-chamas de fabrico caseiro para atacar um grupo de pessoas reunidas num evento de solidariedade aos reféns mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza.
FBI investiga o incidente como ato de terrorismo
Durante o ataque, Soliman gritou "Libertem a Palestina!", acrescentou o agente especial do FBI Mark Michalek numa conferência de imprensa.
"Em resultado destes factos preliminares, é evidente que se tratou de um ato de violência deliberado; o FBI está a investigá-lo como um ato terrorista."
Nos próximos dias, as autoridades apresentarão queixa contra Soliman, afirmou o procurador distrital de Boulder, Michael Dougherty, que recusou avançar pormenores sobre os crimes específicos de que será acusado.
"Existem várias opções... Mas, o mais importante neste momento é que estamos totalmente unidos para garantir que ele seja responsabilizado."
Poucos minutos após a notícia do ataque, o diretor do FBI, Kash Patel, emitiu um alerta, classificando-o como "um ato deliberado de terrorismo".
As autoridades responderam a chamadas de emergência na zona de Pearl Street, em Boulder, uma cidade universitária a oeste de Denver, por volta das 13:00 horas locais (19:00 TMG) de domingo.
Israel condena ataque antissemita "encorajado pelos meios de comunicação social"
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel condenou esta segunda-feira o ataque, considerando-o um ato antissemita encorajado “pelos meios de comunicação social”.
“Chocado com este terrível ataque terrorista antissemita contra os judeus em Boulder, Colorado”, escreveu Gideon Saar na reade social X. “Isto é puro antissemitismo, alimentado por acusações dos media [contra judeus].”
Já o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, denunciou o ataque contra “pessoas pacíficas que queriam expressar a sua solidariedade para com os reféns detidos pelo Hamas, simplesmente por serem judeus”, num comunicado divulgado pelo seu gabinete.
“Os ataques antissemitas em todo o mundo são o resultado direto das acusações contra o Estado e o povo judeus e devem ser travados”, acrescentou.
O líder da oposição israelita, o centrista Yair Lapid, lamentou “mais um ato de violência antissemita”.
“Estamos todos horrorizados com o violento ataque terrorista cometido no Colorado contra manifestantes pacíficos que estavam simplesmente a exigir a libertação dos nossos reféns. Este é mais um ato de violência antissemita, uma consequência direta da retórica extremista que tem alimentado as chamas do antissemitismo”, escreveu na sua conta X.
Incidente ocorre após assassinato de 2 funcionários da embaixada israelita
Vários políticos, incluindo o governador democrata do Colorado, Jared Polis, classificaram o ataque como um ato de ódio.
"Os meus pensamentos estão com as pessoas que foram feridas e afetadas por este ato hediondo de terrorismo", afirmou Polis, numa publicação na rede social X. "Atos de ódio, de qualquer tipo, são inaceitáveis", disse ainda.
Hakeem Jeffries, líder dos Democratas na Câmara dos Representantes, classificou o ataque de "antissemita", sublinhando que "o antissemitismo não tem lugar nos Estados Unidos ou em qualquer parte do mundo. Tem de ser erradicado", afirmou num comunicado.
O ataque de domingo ocorre menos de duas semanas após o assassinato de dois funcionários da embaixada israelita em Washington D.C. por um jovem que também manifestou o seu apoio à Palestina depois de abrir fogo contra as vítimas.
O autor do crime foi identificado como Elias Rodriguez, um filólogo de 30 anos de Chicago, que expressou num manifesto a rejeição do apoio dos Estados Unidos a Israel e a frustração com a guerra na Faixa de Gaza.
- Com Lusa