
"O cerco [à Faixa de Gaza] nunca foi tão apertado. Desde 02 de março que vemos essas alegações do Governo israelita e nada entrou, nem comida, nem água, nem outro tipo de mantimentos. Há três semanas e meia que não entra nada", disse Juliette Touma, responsável pela comunicação da UNRWA, em conferência de imprensa em Bruxelas, capital da Bélgica.
A responsável daquela agência das Nações Unidas apelou à presença de jornalistas internacionais na Faixa de Gaza para investigar as violações dos direitos humanos por parte de Israel, que voltou a ordenar a retirada da população de partes do enclave, anunciando bombardeamentos e uma ocupação terrestre sob a justificação de obrigar o Hamas a libertar os restantes reféns.
"Assistimos a um dos dias mais mortíferos desde o início [do conflito na Faixa de Gaza], perderam-se imensas vidas", lamentou Juliette Touma.
Desde que Israel quebrou unilateralmente, há uma semana, o cessar-fogo na Faixa de Gaza com o movimento Hamas, que opera no enclave palestiniano, cerca de 124.000 pessoas estão deslocadas "dentro de uma área do tamanho da ilha de Manhattan", em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.
A responsável revelou que na última semana morreram mais oito funcionários da UNRWA em bombardeamentos israelitas e que até hoje a operação de Telavive matou mais de 200.
Os palestinianos que estão deslocados em Gaza não têm para onde voltar: "A demolição de edifícios continua, não têm lugar para onde voltar."
"Cada dia em que não entra assistência humanitária em Gaza há crianças a passar fome", comentou.
Juliette Touma recusou responder imediatamente a questões dos jornalistas sobre se se Israel respeita a vida de civis e se há evidências de que esta ofensiva militar tem como destino coartar as capacidades do Hamas.
"Por isso, pedimos que haja mais jornalistas a fazer essas questões ao Governo israelita e em Gaza para investigar estas violações dos direitos humanos", insistiu.
AFE //APN
Lusa/Fim