"O Presidente José Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão fazem um apelo sincero ao diálogo entre os irmãos moçambicanos, apelando a uma trégua política, ao diálogo com grande serenidade e paciência para pôr fim à violência e criar condições para o início de negociações, entre todas as partes", pode ler-se num comunicado conjunto.
Segundo José Ramos-Horta e Xanana Gusmão, as negociações "deverão conduzir a um acordo, mesmo que provisório, que ponha fim à violência, restabeleça a ordem pública, permita a normalização das atividades económicas e a segurança comunitária".
"O diálogo deverá prosseguir no que diz respeito a um calendário político para a restauração da ordem democrática e do poder político legítimo", salientam os dois líderes timorenses.
Desde 21 de outubro, Moçambique vive sucessivas paralisações e manifestações, convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que contesta os resultados das eleições gerais de 09 de outubro, que já provocaram quase 300 mortos e mais de 600 feridos a tiro.
Os deputados eleitos nas eleições de outubro tomaram posse na segunda-feira, mas dois dos partidos, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), boicotaram a cerimónia no parlamento, enquanto os protestos regressaram a algumas zonas de Maputo com a polícia a dispersar os manifestantes.
Venâncio Mondlane apelou no sábado a três dias de paralisação em Moçambique, que tiveram início segunda-feira, e a "manifestações pacíficas" durante a posse dos deputados ao parlamento e do novo presidente moçambicano, na quarta-feira, contestando o processo eleitoral.
José Ramos-Horta foi convidado para a cerimónia de tomada de posse do presidente eleito, Daniel Chapo, mas não estará presente devido a "dificuldades logísticas insuperáveis", segundo o comunicado.
O Presidente e o primeiro-ministro timorenses manifestaram disponibilidade para uma "deslocação a Moçambique o mais cedo possível em data a ser acordada".
MSE // CAD
Lusa/Fim