O Conselho de Jurisdição da IL decretou a expulsão do fundador Tiago Mayan Gonçalves, no âmbito de um processo disciplinar. A decisão surge depois de Tiago Mayan ter assumido em novembro que falsificou as assinaturas do júri do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense, o que levou à sua demissão da junta de freguesia da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, no Porto.
"A comissão julgadora do Conselho de Jurisdição da IL concluiu o processo disciplinar de Tiago Mayan Gonçalves, tendo deliberado a sua expulsão do partido", afirma a IL numa nota.
Contactado pelo Expresso, Tiago Mayan diz, contudo, ainda não ter sido informado de tal decisão e recusa comentar um "processo que ainda está em curso nos órgãos internos." "Do ponto de vista pessoal, não consigo compreender como um processo de natureza confidencial é revelado antes que termine. Segundo as regras internas, o processo interno ainda não tem o seu término e não posso comentar”, insistiu.
O anúncio acontece três dias depois da Convenção liberal, em Loures, para a qual Mayan se inscreveu e ainda ponderou participar presencialmente, mas acabou por assistir à distância. O eurodeputado e ex-presidente, João Cotrim de Figueiredo, saiu este fim de semana em defesa da expulsão do fundador, após Rui Rocha ter repudiado logo em novembro a falsificação de assinaturas e apelado uma "decisão exemplar".
Bernardo Blanco e Carlos Guimarães Pinto também tinham defendido a saída do fundador da IL, com o primeiro a considerar que quem comete “tal crime” só podia ser “expulso” da IL e o segundo a entendet que Mayan devia sair do partido pelo “próprio pé”, com vista a proteger a imagem externa.
A confissão por parte de Mayan da falsificação de assinaturas do júri do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense na ata da reunião do passado da 16 de setembro desencadeou uma onda de choque entre os liberais, que desde logo fizeram questão de se demarcar e condenar tais atos do ex-candidato a Belém. Mesmo entre o movimento da oposição interna "Unidos pelo Liberalismo", levando à substituição do seu principal rosto por Rui Malheiro, que perdeu na corrida à liderança contra Rui Rocha.
Já o ex-candidato presidencial admitiu que o ato praticado é "censurável", mas assegurou que nunca se apropriou de fundos, querendo manter-se como membro da IL. Entretanto, o Ministério Público também abriu um inquérito à atuação de Tiago Mayan para apurar os factos no caso da falsificação de assinaturas.