A sonda espacial norte-americana Parker Solar Probe estará nesta véspera de Natal a uma distância da superfície do Sol que a tornará no objeto humano mais próximo da nossa estrela.

"A Parker Solar Probe da NASA está de boa saúde e a operar normalmente enquanto acelera em direção ao seu voo mais próximo em torno do Sol na véspera de Natal", revela a NASA.

Os operadores da missão no Laboratório de Física Aplicada (APL) da Johns Hopkins em Laurel, Maryland, receberam uma transmissão da sonda que indicava "que todos os sistemas da nave espacial estavam a funcionar normalmente".

"Este é um exemplo das missões ousadas da NASA, fazendo algo que mais ninguém fez antes para responder a questões de longa data sobre o nosso universo. Mal podemos esperar para receber a primeira atualização de estado da sonda e começar a receber os dados científicos nas próximas semanas”, disse Arik Posner, cientista do programa Parker Solar Probe na sede da NASA em Washington.

Uma missão sem precedentes

Enviada para o espaço em agosto de 2018, a sonda estará esta terça-feira a seis milhões de quilómetros da superfície do Sol. Esta proximidade permitirá realizar medições únicas na coroa solar, a camada mais externa da atmosfera do Sol.

A coroa é conhecida por ser mais quente do que a superfície solar e por ser a origem do vento solar, um fluxo de partículas energéticas ejetadas da estrela.

"Vai poder fazer medições desta região inigualáveis, com o potencial de transformar a nossa compreensão do Sol", afirmou Cristian Ferradas, físico da NASA, citado pela agência noticiosa Efe.

Apesar de ter uma "temperatura muito elevada", a coroa solar "é muito ténue", permitindo que a sonda, protegida com um escudo térmico, "não derreta", ressalvou Ferradas.

Avanço no estudo do Sol

Até junho de 2025, a Parker Solar Probe fará novas aproximações ao Sol a velocidades que a tornarão no engenho humano mais rápido já construído. Segundo a NASA, a sonda vai captar a variação da velocidade do vento solar e observar a formação de partículas solares de alta energia.

Os cientistas esperam desvendar como a energia e o calor se propagam pela coroa solar, formada por plasma (gás ionizado a altas temperaturas). Além disso, procuram compreender os mecanismos que aceleram o vento solar e as partículas energéticas.

Impacto no clima espacial

A NASA justifica a importância da missão ao destacar que perturbações no vento solar podem influenciar o campo magnético da Terra.

Este campo protege o planeta da radiação solar, mas as alterações podem interferir no clima espacial, afetando a órbita dos satélites, reduzindo sua vida útil e prejudicando equipamentos eletrónicos e comunicações terrestres. Além disso, podem colocar em risco a segurança de astronautas.

Homenagem ao astrofísico Eugene Parker

A sonda foi batizada em homenagem ao astrofísico norte-americano Eugene Parker, que morreu em 2022, aos 94 anos. Parker assistiu ao lançamento da sonda em 2018, cujo objetivo é aprofundar o estudo do vento solar, conceito desenvolvido por ele.

Com agências