Pelo menos 120 pessoas morreram e outras 868 ficaram feridas durante a passagem do ciclone Chido no norte e centro de Moçambique, indicam dados atualizados, esta segunda-feira, pelas autoridades moçambicanas.
O ciclone Chido afetou ainda 687.630 pessoas, o correspondente a 138.037 famílias, nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula, no norte, e Tete e Sofala, no centro, segundo o novo balanço do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) de Moçambique, divulgado no mesmo dia, com dados preliminares até às 18:00 (menos duas horas em Lisboa) de domingo.
Do total de óbitos confirmados, 110 registaram-se em Cabo Delgado, sete em Nampula e três em Niassa.
No balanço anterior, com dados até sábado, o INGD apontava 94 mortos e 622.610 pessoas afetadas, correspondente a 123.704 famílias, em consequência do ciclone tropical, que se formou em 05 de dezembro no sudoeste do oceano Indício e entrou dez dias depois pelo distrito de Mecúfi, em Cabo Delgado, "com ventos que rondaram os 260 quilómetros por hora" e chuvas fortes.
Mais de 100 mil casas totalmente destruídas
Segundo as autoridades, o ciclone Chido destruiu totalmente 118.605 casas e parcialmente outras 36.927, afetou 52 unidades hospitalares, 35 casas de culto, 11 torres de telecomunicação e 89 edifícios públicos.
Os dados apontam ainda para um total de 109.793 alunos, 1.556 professores, 1.126 salas de aula e 250 escolas afetadas, além de 338 postes de energia tombados e 454 embarcações de pesca danificadas.
O Presidente moçambicano lamentou as mortes provocadas pelo ciclone e a destruição de infraestruturas, incluindo escolas, hospitais e outros edifícios públicos e privados e pediu a solidariedade dos moçambicanos para com as vítimas.
"Vamos imediatamente priorizar o apoio na reposição de abrigos, habitações, alimentação, energia, água e distribuição de sementes para além dos outros apoios que estão a acontecer", declarou Filipe Nyusi, na sua comunicação ao país, alusiva à quadra festiva.
Na sexta-feira o chefe de Estado visitou Mecúfi, o distrito mais afetado pelo ciclone, em Cabo Delgado, com registo mais de meia centena de mortos e a destruição quase total de casas e infraestruturas.
Ciclone atingiu o país no fim de semana passado
O ciclone tropical intenso Chido, de escala 3 (1 a 5), atingiu a zona costeira do norte de Moçambique na noite de sábado para domingo passado, segundo o Centro Nacional Operativo de Emergência (CNOE), mas enfraqueceu para tempestade tropical severa, apesar de ter continuado a fustigar as províncias a norte, com "chuvas muito fortes acima de 250 mm [milímetros]/24 horas, acompanhada de trovoadas e ventos com rajadas muito fortes".
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.