
A SIC sabe que, no âmbito da operação "Mercado Negro", estão a ser feitas buscas, esta quarta-feira, em sete estabelecimentos prisionais, nomeadamente na Zona Prisional da PJ, Caxias, Carregueira, Linhó, Sintra, Funchal e Lisboa.
Até às 10:50, havia 13 detidos, incluindo dois guardas prisionais. Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, tráfico de estupefacientes, tráfico de substâncias e métodos proibidos, falsificação de documentos e branqueamento, adianta a Polícia Judiciária (PJ) em comunicado.
A operação visou "um alegado projeto criminoso, praticado, entre outros, por guardas prisionais que facilitam a entrada de substâncias ilícitas nos estabelecimentos prisionais a troco de vantagem patrimonial", refere a PJ.
Os serviços prisionais confirmam as buscas e dizem estar a colaborar com a Polícia Judiciária.
"Não estamos surpreendidos"
O Presidente da Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional, Hermínio Barradas, diz, à SIC Notícias, que não ficou surpreendido, porque "os serviços prisionais estão em pleno declínio, não há medidas estruturais que visem restabelecer alguma normalidade".
Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, garante, em entrevista à SIC Notícias, que os profissionais não vão ficar fragilizados, sublinhando que até ao momento "não passam da suspeitas".
"Sentimo-nos envergonhados quando acontecem estas situações. Por isso, não os chamo de guardas prisionais, mas sim indivíduos que vestem farda", referiu, admitindo que "não há motivos para os guardas serem corruptos", mesmo com a profissão "em declínio".
O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional pede um pacto e "um assumir das responsabilidades da Assembleia da República".
À porta da prisão do Linhó, em Sintra, está a repórter da SIC Diana Pinheiro que adianta que um recluso foi encontrado na pose de estupefacientes e, por isso, está numa sala à parte a aguardar pela PJ.
No âmbito da operação "Mercado Negro", desencadeada esta madrugada, foi dado cumprimento a 32 mandados de busca e apreensão, 14 domiciliárias e 18 não domiciliárias.
A operação foi acompanhada por uma juíza de instrução, uma magistrada do Ministério Público e cerca de 200 inspetores e peritos da PJ.
A PJ diz ainda que as investigações prosseguem.
- Com Lusa
[Atualizado às 11:54]