Vladimir Putin exige que o país vizinho, que invadiu em 2022, ceda toda a região oriental do Donbass, desista do objetivo de integrar a NATO e garanta que mantém as tropas ocidentais fora do país, de acordo com três fontes familiarizadas com o pensamento do alto escalão do Kremlin à Reuters.

A mesma fonte detalha que o Presidente russo cedeu nas exigências territoriais apresentadas em junho de 2024. Na altura, pretendia que Kiev cedesse a totalidade das províncias que o Kremlin reclama como suas: Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia, algo que a Ucrânia rejeitou de imediato.

Na nova proposta, Putin continua a exigir que a nação vizinha se retire das regiões do Donbass que a Rússia controla e, em troca, acabaria com o conflito em Zaporíjia e Kherson.

A liderança russa vê também como essencial, de forma a colocar termo às hostilidades, que a Ucrânia desista do objetivo de aderir à NATO e que a Aliança não se expanda para leste.

Mas a lista de imposições não fica por aqui. Putin quer impor limites ao exército ucraniano e pretende garantir que não haverá presença militar ocidental no território do país vizinho.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já reiterou que não pretende abandonar o território ucraniano internacionalmente reconhecido e definiu que o Donbass oferece a garantia de que as tropas russas não avançam mais para oeste.

A adesão à NATO é um dos grandes objetivos da Ucrânia, que vê a Aliança militar como uma garantia de segurança nacional.

Putin e Trump estiveram reunidos no Alasca

Estas exigências foram divulgadas menos de uma semana depois de Putin e Trump terem estado reunidos no Alasca. O enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, disse no sábado que Putin concordou que sejam dadas à Ucrânia garantias de segurança semelhantes ao mandato de defesa coletiva da NATO.

Witkoff, que revelou alguns dos primeiros detalhes do que foi discutido na cimeira de sexta-feira no Alasca, disse que as duas partes concordaram com "garantias de segurança robustas", descrevendo-as como "revolucionárias".

A Rússia, acrescentou, disse que assumiria um compromisso legislativo de não anexar qualquer território adicional na Ucrânia.

Na segunda-feira, Zelensky deslocou-se a Washington para reunir com Donald Trump e vários líderes europeus. Após o encontro, o Presidente dos EUA garantiu que foi dado o "primeiro passo" para uma reunião entre Putin e Zelensky, a realizar num local ainda por definir.