![Quatro dos 9 palestinianos libertados em Ramallah foram hospitalizados](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
Quatro dos nove prisioneiros palestinianos libertados este sábado por Israel em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, foram transferidos para o hospital, informou em comunicado o serviço de urgência Crescente Vermelho.
O porta-voz da Comissão para os Assuntos dos Detidos, Aseel Saleh, explicou à EFE tratar-se de pessoas que já sofriam de doenças crónicas e que se encontravam doentes quando foram libertadas.
Nove prisioneiros palestinianos foram hoje transferidos da prisão para o Palácio da Cultura, em Ramallah, embora a autoridade regional esperasse que fossem dez.
O décimo era um prisioneiro de Gaza, mas casado com uma mulher de Belém, no centro da Cisjordânia, e esperava-se que pudesse juntar-se a ela em Ramallah.
No entanto, as autoridades israelitas decidiram enviá-lo para a Faixa de Gaza, decisão que a família do prisioneiro descobriu hoje enquanto aguardava a sua chegada ao Palácio da Cultura, disse à EFE Wajdi Ahmad, funcionário da província de Ramallah que coordena a libertação de prisioneiros.
Acordo com Israel
Em troca da libertação de três reféns israelitas em Gaza, Israel planeia libertar este sábado 369 prisioneiros palestinianos. A maioria - 333 - será levada para a Faixa de Gaza enquanto nove seguirão para Ramallah.
Os nove prisioneiros chegaram de minibus ao local de receção, em Ramallah, saíram do veículo e foram recebidos por dezenas de pessoas que os abraçaram e os carregaram aos ombros até ao edifício onde foram submetidos a um exame médico.
Espera-se que a grande maioria dos prisioneiros seja levada para Gaza, local onde foram detidos na sequência dos ataques do Hamas em 07 de outubro de 2024.
Outros 24 serão inicialmente deportados para o Egito e, a partir daí, poderão ser distribuídos pelo Paquistão, Malásia, Qatar e Turquia, confirmou à EFE Qadura Fares, chefe da Comissão de Assuntos dos Detidos do governo palestiniano. Dois prisioneiros serão transferidos para Jerusalém Oriental.
Mais de 30 prisioneiros cumpriam penas prepétuas
Entre os palestinianos libertados, 36 tinham penas de prisão perpétua. Muitos deles estiveram envolvidos em atentados durante a Segunda Intifada (2000-2005), tendo sido condenados a tantas penas de prisão perpétua quantas as vítimas desses atentados.
Um dos prisioneiros mais conhecidos hoje libertado é Ahmed Taleb Mustafa Barghouti, de Ramallah, conhecido por ser um conselheiro próximo do histórico líder palestiniano Marwan Barghouti, cuja libertação foi vetada por Israel durante as negociações do cessar-fogo em Gaza.
Ahmed Barghouti foi condenado a 13 penas de prisão perpétua mais 50 anos de prisão pelo seu papel como um dos líderes das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa (o braço armado da Fatah) durante a Segunda Intifada. Esteve também envolvido em ataques que mataram 12 israelitas e foi detido em 2002 juntamente com Marwan Barghouti.
Por seu lado, o Hamas entregou hoje à Cruz Vermelha os reféns israelitas Alexander (Sasha) Trufanov, Iair Horn e Sagui Dekel-Chen numa cerimónia em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza.