Há duas causas de morte na Madeira que assumem perto de metade dos óbitos registados em 2022. As doenças do aparelho respiratório e os tumores malignos foram razão oficial da morte de 46,6% dos 3.104 óbitos nesse ano. Os dados divulgados pela DREM esta sexta-feira, que analisa as causas de morte por município, grupo etário e sexo, englobam um ano que foi muito marcado pela covid-19.

"Em 2022, ocorreram 3.104 óbitos de residentes na RAM, o que representa um aumento de 8,0% relativamente a 2021 (2.875 óbitos)", tendo sido as consequências da pandemia uma forte razão para este aumento. "Destes óbitos, 1.454 eram do sexo masculino e 1.650 do sexo feminino, pelo que a relação de masculinidade ao óbito foi de 88,1 óbitos masculinos por cada 100 óbitos femininos, valor inferior ao registado a nível nacional, de 98,6. No ano em análise, a taxa de mortalidade por 1.000 habitantes na RAM foi de 12,3‰", frisa a Direção Regional de Estatística da Madeira.

Por grupo etário, "registaram-se 3 óbitos de crianças com menos de 1 ano, correspondendo a uma taxa de mortalidade infantil de 1,7‰", refere. "Entre as causas de morte, estão 2 devido a malformações congénitas e 1 por 'Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas'. Entre o grupo das crianças, registou-se ainda um óbito de uma criança entre 5 e 9 anos, cuja causa de morte foi 'Acidente de transporte'", realça.

Quanto ao grupo etário dos 20 aos 64 anos, "contabilizaram-se 567 óbitos (18,3% do total), destacando-se as mortes por 'Tumores malignos' (192 óbitos), por 'Doenças do aparelho circulatório' (124 óbitos) e por 'Causas externas de lesão e envenenamento' (79 óbitos)", enquanto que "entre os 65 e os 79 anos contabilizaram-se 910 óbitos (29,3% do total), continuando a mortalidade por 'Tumores malignos' como principal causa de morte (258 óbitos), seguida pela mortalidade por 'Doenças do aparelho circulatório' (218 óbitos) e por 'Doenças do aparelho respiratório' (118 óbitos)".

Em termos municipais, tendo em conta a proporcionalidade, "Funchal registou 1.345 óbitos (43,3%), seguido de Santa Cruz com 396 óbitos (12,8%) e Câmara de Lobos com 315 óbitos (10,1%). Estes municípios concentraram 66,2% dos óbitos da RAM. Por outro lado, os municípios do Porto Moniz (46 óbitos, 1,5%), Porto Santo (62 óbitos; 2,0%) e São Vicente (76 óbitos; 2,4%) destacaram-se por apresentarem menos de 100 óbitos, em 2022, totalizando 5,9% das mortes", sendo de realçar que "a causa de morte por 'Doenças do aparelho circulatório' destacou-se como a principal em todos os municípios, excepto em Câmara de Lobos, Santa Cruz, Santana e Porto Santo. Nestes 4 municípios a principal causa de morte foi por 'Tumores malignos'".

Quase metade das mortes na Madeira causadas por doenças do aparelho circulatório e tumores malignos
Quase metade das mortes na Madeira causadas por doenças do aparelho circulatório e tumores malignos dnoticias.pt

Assim, sem surpresa, "em 2022, as 'Doenças do aparelho circulatório' continuaram a ser a principal causa de morte, com 787 óbitos, correspondendo a 25,4% do total de óbitos. A taxa de mortalidade por esta causa de morte foi na RAM de 3,1‰, valor inferior ao observado a nível nacional (3,2‰). Por município, esta taxa foi superior no Porto Moniz (6,0‰), seguido da Calheta (5,9‰) e São Vicente (4,3%). Os municípios do Porto Santo (1,5‰), Santa Cruz (2,0‰) e Câmara de Lobos (2,2‰) foram os que apresentaram as menores taxas de mortalidade por esta causa de morte".

Também a "mortalidade por 'Tumores malignos' foi a segunda causa de morte mais comum na RAM, em 2022, tendo sido contabilizados 657 óbitos, o correspondente a 21,2% do total de mortes e a uma taxa de mortalidade por tumores malignos de 2,6‰, taxa inferior à nacional que se situou em 2,7‰", acrescenta.

Por município, "o do Funchal (291 óbitos) e de Santa Cruz (102 óbitos) foram os que registaram maior número de mortes por esta causa. Nos restantes municípios o número de óbitos foi inferior à centena, destacando-se o Porto Moniz com apenas 6 mortes. Em termos de taxa de mortalidade, os municípios de Santana (4,2‰), Calheta (3,5‰), Machico (2,8‰), Funchal (2,7‰) e São Vicente (2,7‰) foram os que apresentaram as taxas mais elevadas e superiores à média regional (2,6‰). A menor taxa foi observada nos municípios da Ponta do Sol (1,6‰) e do Porto Santo (1,9‰)", aponta a DREM.

Por fim, "note-se que a mortalidade por tumores malignos foi superior à mortalidade por doenças do aparelho circulatório nos municípios de Santa Cruz (+15 óbitos), Santana (+4 óbitos), Porto Santo (+2 óbitos) e Câmara de Lobos (+1 óbito), sendo em Santana a principal causa de morte, em 2022", conclui.