A Rússia e os Estados Unidos chegaram a um acordo para um encontro entre os Presidentes dos dois países que deverá realizar-se na próxima semana, anunciou esta quinta-feira o Kremlin.

"A data aproximada foi fixada para a próxima semana, mas as partes estão a preparar-se para esta importante reunião e é difícil prever quantos dias demorarão os preparativos", disse o conselheiro presidencial Yuri Ushakov.

As duas partes também já concordaram em princípio sobre o local da cimeira, que será anunciado mais tarde, acrescentou Ushakov, citado pela agência de notícias oficial russa TASS.

O anúncio da cimeira Putin-Trump, já admitida por Washington, seguiu-se a uma reunião de cerca de três horas em Moscovo na quarta-feira entre o Presidente da Rússia e o enviado especial norte-americano Steve Witkoff.

O encontro realizou-se dois antes de terminar um ultimato dado por Trump a Putin para suspender os ataques na Ucrânia, ou enfrentar sanções duras dos Estados Unidos.

Não ficou claro se o ultimato de Trump ainda se mantinha, segundo as agências de notícias Associated Press (AP) e France-Presse (AFP).

Ushakov disse que a realização da cimeira partiu de uma "sugestão da parte americana" e que a data indicativa é na próxima semana, embora o dia dependa dos preparativos.

O conselheiro de Putin para os assuntos externos também minimizou a possibilidade de o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participar na reunião.

"Propomos, antes de mais, que nos concentremos na preparação de uma reunião bilateral com Trump e consideramos muito importante que esta reunião seja bem-sucedida e produtiva", disse Ushakov, citado pela AP.

Já hoje, Zelensky insistiu que um cessar-fogo é o primeiro passo antes de uma possível reunião com Putin que inclua também os líderes dos Estados Unidos e da União Europeia (UE), segundo a agência de notícias EFE.

"As prioridades são absolutamente claras. Primeiro, parar os assassínios, e é a Rússia que deve aceitar o cessar-fogo. Segundo, um formato de líderes, para que a reunião possa levar a uma paz verdadeiramente duradoura", escreveu nas redes sociais.

A última cimeira formal entre a Rússia e os Estados Unidos realizou-se em junho de 2021, quando o ex-presidente Joe Biden se encontrou com Putin na cidade suíça de Genebra.

Biden cortou relações na sequência da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, mas Trump restabeleceu o diálogo após regressar ao poder através de várias conversas telefónicas com Putin.

O chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, disse na quarta-feira ao canal de televisão Fox Business que Steve Witkoff tinha regressado de Moscovo com uma proposta de cessar-fogo.

"Temos uma melhor compreensão das condições em que a Rússia estaria disposta a parar a guerra", disse Rubio, segundo a AFP.

Zelensky quer encontro cara a cara com Putin

Washington também tinha proposto uma reunião a três entre Trump, Putin e Zelensky, mas o Kremlin não deu qualquer indicação.

Já Volodymyr Zelensky reitera o apelo para um encontro cara a cara com Putin.

Nas redes sociais, o Presidente ucraniano diz que hoje vai ser um dia de contactos com o objetivo de alcançar progressos para a paz. Zelensky diz que tem agendada uma chamada com o chanceler alemão Friedrich Merz e refere que também entrará em contato com líderes de França e Itália.

Com Lusa