O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse hoje que todo o país apoia a ofensiva na Ucrânia referindo-se diretamente ao conflito que mantém desde 2022, no discurso das cerimónias que marcam a derrota da Alemanha nazi, em 1945.

"Todo o país, a sociedade e o povo apoiam aqueles que participam na operação militar especial. Estamos orgulhosos da sua coragem e tenacidade, essa força de espírito que sempre e só nos trouxe a vitória", disse Putin no seu discurso na tribuna em frente ao Mausoléu de Lenine.

"A Rússia tem sido e será uma barreira indestrutível contra o nazismo, a russofobia e o antissemitismo", acrescentou o chefe de Estado.

Por outro lado, Putin prestou homenagem ao papel desempenhado pelos países aliados na derrota das tropas de Hitler.

"Lembrar-nos-emos sempre que a abertura de uma segunda frente na Europa, após as batalhas decisivas no território da União Soviética, tornou a vitória mais próxima", afirmou, acrescentando: "Valorizamos muito a contribuição dos soldados dos exércitos aliados para a nossa vitória comum", disse Vladimir Putin.

A Rússia assinala sempre no dia 09 de maio o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) mantendo a tradição que se prolonga desde a era soviética.

A Segunda Guerra Mundial fez mais de vinte milhões de mortos na União Soviética.

Hoje, Vladimir Putin e cerca de 20 líderes estrangeiros, incluindo o chefe de Estado da República Popular da China, Xi Jinping e o brasileiro Lula da Silva, assistiram à parada militar na Praça Vermelha, em Moscovo.

Estiveram igualmente presentes os chefes de Estado do Cazaquistão, Bielorrússia, Vietname, Arménia, Cuba e Venezuela.

Na parada militar em Moscovo marcharam 11 mil soldados, incluindo 1.500 militares que combateram na Ucrânia, noticiou hoje a agência estatal TASS.

Entretanto, a França criticou hoje a presença do primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, em Moscovo para participar nas celebrações do 80.º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazi.

"Não é o lugar de um líder europeu estar hoje em Moscovo", afirmou Benjamin Haddad, Ministro francês para a Europa, à rádio RTL.

Robert Fico foi o único dirigente europeu presente nas celebrações.

Paralelamente, o Presidente russo ordenou um cessar-fogo na Ucrânia de 08 a 10 de maio para assinalar a efeméride.

O Dia da Vitória é o feriado secular mais importante da Rússia.

As festividades foram marcadas, esta semana, por ataques de 'drones' ucranianos contra Moscovo e por graves perturbações nos aeroportos da capital.

Na manhã de quarta-feira, a companhia aérea russa Aeroflot cancelou mais de 100 voos de e para Moscovo e atrasou mais de 140 ligações aéreas, uma vez que os militares estavam a repelir os repetidos ataques de drones ucranianos contra a capital.

As autoridades russas reforçaram a segurança antes do desfile e foram registados cortes das ligações de internet e nada rede de telemóvel, no âmbito das contramedidas eletrónicas destinadas a impedir mais ataques de aparelhos aéreos não tripulados (drones).

A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014 anexando a Península da Crimeia e lançou uma campanha de grande escala contra território ucraniano em 2022.