
A psicóloga clínica, Joana Alegria abordou o tema da Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) nas crianças, condições do neurodesenvolvimento, que afecta a forma como o cérebro trabalha.
A profissional de saúde referiu ainda que se divide em três áreas de dificuldade, nomeadamente, défice de atenção, onde a criança apresenta “dificuldade em focar-se, terminar tarefas ou ser organizada”, a hiperatividade, que leva a que “esteja constantemente agitada, mexe-se e fala muito” e, por último, a impulsividade, caracterizada pela “dificuldade em pensar antes de agir, interromper frequentemente os outros, responder antes da pergunta acabar de ser feita, toma de decisões precipitadas e dificuldade em aguardar pela sua vez”.
A especialista em saúde mental explicou que para a realização de um diagnóstico a criança tem de apresentar os sintomas pelo menos durante seis meses.
“Não é porque durante um mês a criança se portou mal e manifestou alguns destes sintomas que já podemos fazer o diagnóstico. Deve ter pelo menos este período para que seja feita uma avaliação, seguido de um diagnóstico que vai permitir proceder a partir daí”, sublinhou Joana Alegria.
Quando questionada sobre se a medicação utilizada, muitas vezes aplicada apenas em casos moderados ou graves, pode deixar as crianças menos reactivas, a psicóloga afirmou que é uma dúvida muito frequente, mas negando que esse seja o objectivo, porque tem como finalidade que as mesmas “continuem a ser elas mesmas, no entanto, que tenham uma maior capacidade de concentração, controlo dos seus impulsos e estejam menos agitadas”.
O objectivo da medicação é ajudar a criança a focar-se e a regular-se, não é tirar a sua personalidade e a sua vitalidade. Não queremos, de certa forma, “anestesiar” as crianças, simplesmente queremos que elas consigam se controlar melhor, mas que não deixem de ser elas mesmas. Joana Alegria
Fique a saber qual é a importância de diagnosticar ainda em criança, como se processa esta perturbação com o avançar da idade, em que subtipos se pode dividir e que estratégia deve ser adoptada pela família e por todos aqueles que os rodeiam, na entrevista presente no canal do DIÁRIO, no YouTube.