O candidato do Partido Socialista à presidência da Câmara Municipal do Funchal, Rui Caetano alertou este domingo, 29 de Junho, para o elevado risco de incêndio nas zonas altas da capital madeirense, reafirmando o apoio do partido à implementação do pastoreio como medida complementar de ordenamento do território e de prevenção de incêndios.

Rui Caetano, que hoje participou nas tosquias, nas serras de Santo António, lembrou a magnitude dos incêndios de 2016 e atentou que, agora, "o risco é ainda maior".

As áreas sobranceiras ao Funchal estão um autêntico barril de pólvora e o clima não deverá dar tréguas. Ainda agora começou o tempo quente e já se sente um calor abrasador e os ventos são cada vez mais intensos. Estou seriamente preocupado com o risco de incêndio sobre o Funchal. Rui Caetano

O candidato socialista não esconde a preocupação com "o aumento descontrolado do mato e das plantas invasoras" nas zonas a montante da cidade do Funchal. Toda a serra sobre o Funchal está amarela devido à floração da giesta e carqueja”, disse, alertando que “onde os turistas vêem motivo para fotografar, nós vemos o perigo à espreita”.

Como constatou, "os aceiros estão cobertos de mato, as infra-estruturas para abastecimento de água pelo helicóptero de combate a incêndios estão danificadas e as estradas rodoviárias estão quase intransitáveis devido à vegetação que galga para a via". O socialista apontou ainda que "muitos dos investimentos que foram efectuados em anos anteriores, tais como as limpezas e as reflorestações, praticamente desapareceram".

“São milhões e milhões de euros de apoios comunitários destinados à segurança das nossas serras que arderam sem se ver”, criticou.

Rui Caetano não tem dúvidas de que “a Madeira perdeu a batalha contra as invasoras”, lamentando o acrescido risco de incêndio e de insegurança para o território, bem como para as pessoas.

O socialista acusou de "teimosia" o Governo Regional e as autarquias locais com área florestal ao seu cuidado por não recorrerem ao pastoreio em zonas periurbanas, explicando que a actividade deve ser entendida como uma medida eficaz e de baixo custo de redução da carga combustível e de gestão ativa do território, como acontece em todo o mundo.

“O pastoreio não é uma panaceia para todos os males, mas é, com certeza, uma atividade económica que não deve ser descurada, quando todas as outras medidas de ocupação do território falharam”, considerou.

“Queremos um modelo de pastoreio dirigido à prevenção de incêndios, que promova o mosaico de paisagem e a segurança do território, e isso pode ser feito pelas autarquias investindo em pessoal qualificado, com formação específica em pastoreio dirigido, como tantos projetos de sucesso que já existem em diversos municípios portugueses”, disse ainda Rui Caetano, recusando a designação de pastoreio controlado usada pelo Governo Regional, que mais não é do que uma desculpa para “dizer que o pastoreio já existe, quando, afinal, não passa de um rebanho ou dois, sem qualquer objetivo, apoiados financeiramente pelo Governo para mantê-los sob controlo e proibir todos os outros”.