O procurador especial Jack Smith pretende recorrer da decisão da juíza responsável pelo caso em que Donald Trump é acusado de reter documentos confidenciais após sair da Casa Branca, que rejeitou segunda-feira todo o processo, divulgou o seu porta-voz.

Um porta-voz de Smith revelou a decisão em comunicado, citado pela agência Associated Press (AP), horas depois de a juíza distrital dos EUA, Aileen Cannon, ter rejeitado o caso.

Juíza anula julgamento contra Trump sobre alegado uso negligente de documentos confidenciais

A juíza deu razão aos advogados de Trump, que disseram que a nomeação de Smith como conselheiro especial violava a Constituição.

Um recurso bem-sucedido por parte dos procuradores poderia resultar no restabelecimento da acusação, embora, mesmo que tal acontecesse, seria praticamente impossível que um julgamento tivesse lugar antes das eleições presidenciais de novembro.

Na decisão desta segunda-feira, que representa uma grande vitória para o ex-presidente candidato às presidenciais deste ano pelo Partido Republicano, a juíza Aileen Cannon atende ao pedido dos advogados de defesa e rejeita o caso que corre no estado da Florida.

A decisão da juíza distrital, que foi nomeada para o tribunal por Trump, representa uma conclusão abrupta para um caso criminal que, na altura em que foi aberto, era amplamente considerado como a mais perigosa de todas as ameaças legais que o ex-presidente enfrentava.

Embora o caso estivesse paralisado há muito tempo e a perspetiva de um julgamento antes das eleições de novembro já fosse improvável, a decisão da juíza é uma vitória legal de enorme dimensão para Trump, num momento em que o magnata recupera de uma tentativa de assassinato no sábado e se prepara para aceitar esta semana a nomeação como candidato republicano às presidenciais durante a Convenção Nacional Republicana.

Este é um dos quatro processos criminais levantados contra Trump, e incluía dezenas de acusações relacionadas com a retenção ilegal de documentos confidenciais na sua propriedade Mar-a-Lago, na Florida.

Trump era ainda acusado de obstruir os esforços do FBI para esse material, declarou-se inocente e negou todas as ilegalidades.

Esta é a primeira vez que um dos quatro processos criminais contra Trump acaba completamente rejeitado. Os procuradores poderão ainda recorrer da decisão.

Em outros outros casos, tribunais têm repetidamente mantido a capacidade do Departamento de Justiça norte-americano de nomear conselheiros especiais para lidar com certas investigações politicamente sensíveis.