
Quatro dos seis detidos ligados ao grupo extremista Movimento Armilar Lusitano (MAL) vão aguardar julgamento em prisão preventiva, por decisão do juiz de instrução criminal, avança o Expresso.
A medida de coação mais gravosa foi aplicada após o primeiro interrogatório judicial, com o magistrado a considerar existirem riscos de fuga e de continuidade da atividade criminosa.
Entre os detidos está um chefe da PSP, identificado apenas como B., apontado como um dos líderes da organização de cariz neonazi. O agente foi também sujeito à medida de coação mais severa.
Os outros dois suspeitos detidos no âmbito da mesma investigação, centrada nesta milícia ultranacionalista, ficaram em liberdade, mas obrigados a apresentações periódicas numa esquadra da polícia próxima das respetivas residências.
Operação "Desarme 3D"
Os seis detidosforam esta quarta-feira presentes a juiz de instrução para primeiro interrogatório e para aplicação das respetivas medidas de coação. Em causa estão crimes e infrações relacionados com grupos e atividades terroristas, discriminação e incitamento ao ódio e à violência e posse de arma proibida.
No âmbito da operação "Desarme 3D", adiantou a Polícia Judiciária (PJ) em comunicado, foi apreendido material explosivo de vários tipos, várias armas de fogo, algumas das quais produzidas através de impressão 3D, várias impressoras 3D, várias dezenas de munições, várias armas brancas e material informático, entre outros elementos de prova.
"A investigação resultou da deteção 'online' de indicadores de manifestações extremistas por parte de apologistas de ideologias nacionalistas e de extrema-direita radical e violenta, seguidores de um ideário antissistema e conspirativo, que incentivava à discriminação, ao ódio e à violência contra imigrantes e refugiados", referiu a PJ.
De acordo com a PJ, o Movimento Armilar Lusitano pretendia constituir-se como um movimento político apoiado numa milícia armada.
Com LUSA