
O primeiro-ministro da Lituânia, Gintautas Paluckas, renunciou esta quinta-feira após investigações sobre supostas irregularidades em negócios, que provocaram protestos na capital, exigindo a sua demissão.
Paluckas renunciou antes de a oposição pedir o afastamento, esperando-se negociações para a formação de um novo governo de coligação.
O Presidente lituano, Gitanas Nauseda, anunciou a renúncia de Paluckas aos jornalistas esta quinta-feira de manhã. O porta-voz de Gintautas Paluckas não fez ainda qualquer comentário.
Paluckas, líder do Partido Social Democrata, de centro-esquerda, assumiu o cargo no final do ano passado, após a formação de uma coligação que integra três partidos.
O país enfrenta agora uma crise política, semanas antes de a Rússia realizar exercícios militares conjuntos na vizinha Bielorrússia.
Mesmo assim, segundo a agência France-Presse, é improvável que a política externa da Lituânia mude como resultado das mudanças governamentais, sobretudo no que diz respeito ao apoio à Ucrânia, país invadido pela Rússia.
Paluckas foi alvo de investigações jornalísticas sobre alegadas irregularidades em negócios e transações financeiras, incluindo algumas ocorridas há mais de uma década.
Autoridades anticorrupção iniciaram investigações
De acordo com a comunicação social local, Paluckas nunca pagou uma parte significativa de uma multa de 16.500 euros relacionada com um processo judicial que data de 2012.
Na altura, foi condenado por má gestão no processo de licitação para o serviço de extermínio de roedores em Vilnius enquanto ocupava o cargo de diretor da administração municipal da capital do país.
Em 2012, os juízes do Tribunal Supremo decidiram que o político excedeu as competências (abuso de poder) ao conceder ilegalmente privilégios à empresa que apresentou o preço mais alto. Na altura também foi condenado a dois anos de prisão, mas a pena foi suspensa por um ano.
O líder do Partido Social-Democrata negou qualquer irregularidade nos negócios, classificando as críticas como parte de um "ataque coordenado" de adversários políticos.