
O primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof, anunciou esta terça-feira a saída do cargo, horas depois de o líder da extrema-direita neerlandesa, Geert Wilders, ter retirado o partido (PVV) da coligação governamental devido a um desacordo sobre a imigração.
Os ministros do partido PVV deixarão o gabinete, enquanto os restantes ministros continuarão, por enquanto, num governo de gestão. Esta decisão abre caminho para a realização de eleições antecipadas.
A coligação governamental dos Países Baixos, formada até então por quatro partidos políticos e liderada pelo primeiro-ministro, tinha sido constituída há 11 meses.
Desacordo sobre imigração acaba em crise política
"Não há acordo para o nosso plano de asilo (...). O PVV abandona a coligação", escreveu, esta terça-feira, Wilders nas redes sociais.
O líder do partido de extrema-direita referia-se ao programa que tinha apresentado e que visava reforçar a política em relação aos imigrantes e aos requerentes de asilo. Recentemente, Wilders já tinha criticado o Governo por demorar "demasiado tempo" a pôr em prática "a política de imigração mais rigorosa, jamais vista" nos Países Baixos.
No final de maio, Wilders convocou uma conferência de imprensa para anunciar que "tinha esgotado a paciência" face ao governo e ameaçou abandonar a coligação se um novo plano de 10 pontos para limitar a imigração não fosse implementado brevemente.
O plano previa o encerramento das fronteiras aos requerentes de asilo, o reforço dos controlos fronteiriços e a deportação dos cidadãos com dupla nacionalidade condenados por um crime.
Os especialistas políticos e jurídicos consultados pela Agência France Presse consideraram os planos do PVV "impraticáveis ou ilegais", com alguns a sugerirem que Wilders estava a criar uma crise para derrubar o governo.