
Os preços dos bens agrícolas em 2024 cresceram significativamente face ao ano anterior, enquanto os preços dos meios de produção diminuíram também de forma significativa de um ano para o outro na Região Autónoma da Madeira. De acordo com os dados divulgados hoje pela DREM, "em 2024, o índice de preços dos bens agrícolas no produtor registou um aumento de 10,4% face a 2023, resultado do crescimento verificado tanto na produção vegetal (+11,0%), como na produção animal (+3,1%)".
Ora, na produção vegetal, "destacam-se os acréscimos observados nos preços da cana-de-açúcar (+19,8%), das plantas e flores (+19,8%) e dos vegetais e produtos hortícolas (+11,4%), onde se incluem as hortícolas frescas (+10,7%). A batata de consumo registou um aumento de 9,7% em 2024, após uma subida expressiva de 52,3% no ano anterior". Já no que se refere à produção animal, "o crescimento de 3,1% face a 2023 ficou a dever-se ao aumento verificado no índice de preços do mel (+8,3%) e dos animais (+4,4%)", atira a Direção Regional de Estatística da Madeira.
Por sua vez, "o índice de preços dos meios de produção de consumo corrente na agricultura registou, em 2024, uma descida de 8,2% em relação ao ano anterior, determinada essencialmente pela redução dos índices de preços dos adubos e corretivos (-30,7%), dos alimentos para animais e da energia e lubrificantes (ambos com -5,3%)", especifica a DREM em resumo. "Importa ainda referir que, em 2024, entre o conjunto dos meios de produção de consumo corrente, o índice de preços das sementes e plantas foi o que registou a maior subida, com um aumento de 37,8%", aponta.
Nos dados do Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas 2023, divulgadas esta segunda-feira, são feitas também as contas económicas e exportações de produtos agrícolas, destacando-se o facto do Valor Acrescentado Bruto (VAB) do ramo agrícola ter crescido em 2023.
"Segundo as últimas Contas Económicas da Agricultura Regionais (CEAREG), ainda provisórias, disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a produção do ramo agrícola na RAM fixou-se em 149,8 milhões de euros em 2023, crescendo 6,8% em termos nominais face ao ano precedente", diz. Nesse ano, "78,5% da produção agrícola regional teve origem na componente vegetal e 15,6% na componente animal, sendo as restantes parcelas atribuídas a serviços agrícolas e atividades secundárias não agrícolas".
Ora "a nível nacional, no mesmo período, o peso da produção vegetal foi significativamente inferior (60,0%), embora também se tenha revelado mais preponderante do que a produção de origem animal (34,0%)", salienta.
"Desagregando a componente da produção vegetal (cujo total foi de 117,5 milhões de euros) para a RAM, constata-se que as parcelas mais representativas foram as hortícolas frescas (39,3 milhões de euros; -1,9% que em 2022) e os frutos subtropicais (21,8 milhões de euros; +13,4% face a 2022). A principal fatia da produção animal, que totalizou 23,4 milhões de euros (+13,2% que em 2022), derivou da avicultura (aves de capoeira e produção de ovos), responsável por 64,6% daquele total. À atividade agrícola está inerente a utilização de diversos bens e serviços, designados de consumos intermédios", sendo que "em 2023, esta variável rondou os 83,8 milhões de euros, traduzindo um aumento de 0,5% relativamente ao ano anterior. No conjunto das suas componentes, destaca-se o acréscimo do valor da energia e lubrificantes, que registou um aumento de 17,3% entre 2022 e 2023", aponta.
Ainda mais além, a DREM refere que "a diferença entre a produção agrícola e o consumo intermédio constitui o denominado Valor Acrescentado Bruto (VAB) agrícola" que, em 2023, "devido ao facto de o valor do consumo intermédio (+0,5%) ter crescido a um ritmo inferior ao da produção (+6,8%)", este indicador "registou um aumento de 16,0% em termos nominais, entre 2022 e 2023, fixando-se em 66,0 milhões de euros. Por fim, a Formação Bruta de Capital Fixo, uma das componentes do Investimento, ascendeu a 9,8 milhões de euros, o que representa um aumento de 10,8% face a 2022. No que respeita à expedição de produtos agrícolas para fora da Região, é de referir que, em 2024, foram expedidas 20,6 mil toneladas de banana (21,6 mil toneladas em 2023)", conclui.