Em declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi interrogado se o primeiro-ministro, Luís Montenegro, não deveria ter estabelecido uma data ao anunciar que o Governo pretendia "antecipar ainda mais" o cumprimento dessa meta.

"Pois eu acho que teve bom senso, porque ele próprio explicou que tinha de compatibilizar [essa meta] com a gestão orçamental, para manter as contas certas, por um lado, e por outro lado, tinha de atender às necessidades sociais da sociedade portuguesa", respondeu o chefe de Estado.

Na opinião do Presidente da República, "correu muitíssimo bem" a visita do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a Portugal, na segunda-feira: "Correu comigo. E sei que também correu com o senhor primeiro-ministro. Foi exatamente o mesmo tipo de conversa". 

"Foi uma conversa fácil, não foi uma conversa difícil, foi uma conversa fácil, e em que eu pensei: ele saiu muito satisfeito do que ouviu em Portugal e nós ficámos satisfeitos com aquilo que ele disse em Portugal", descreveu.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, durante esta visita do secretário-geral da NATO, "Portugal esclareceu, através do senhor primeiro-ministro, que está a fazer tudo para atingir os 2% [do Produto Interno Bruto (PIB) de investimento em defesa], e o mais rápido possível".

"Eu lembro-me de ter falado desse objetivo com o Presidente Trump no anterior mandato presidencial, e o Presidente Trump na altura aceitou as razões portuguesas na Cimeira da NATO que foi realizada logo a seguir em 2018", referiu. 

O chefe de Estado sustentou que "Portugal é claro nisso, é claro no apoio à Ucrânia, é claro nos vários tipos de apoio, militar, humanitário, financeiro, é claro relativamente ao empenhamento na NATO, é claro na melhoria das capacidades na Marinha como na Força Aérea, como no Exército". 

Marcelo Rebelo de Sousa realçou o contributo de Portugal "nas forças nacionais destacadas", na Roménia, na Eslováquia, "o compromisso de continuar a haver ali naquela zona um reforço daquilo que é o empenhamento militar português", e também "em várias missões internacionais em África".

De acordo com o Presidente da República, Mark Rutte "teve de reconhecer que a NATO devia isso a Portugal".

Quanto ao investimento em defesa, no seu entender, o primeiro-ministro "disse uma coisa que é uma grande evidência: é que reforça a NATO o facto de haver crescimento económico e haver justiça social nos países que integram a NATO".

"Porque, se não houver, aumentam os radicalismos, aumenta a contestação à NATO e à União Europeia e aumenta naturalmente a contestação à posição que tem sido a posição da larga coligação na Ucrânia", argumentou.

IEL // JPS

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