"Encontramo-nos neste momento com 106 membros mortos, incluindo simpatizantes", disse o líder da bancada parlamentar do Partido Optimista Para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), Sebastião Mussanhane, em conferência de imprensa, em Maputo.
Em causa estão alegadas perseguições e mortes a tiro de membros e simpatizantes do partido em referência, incluindo líderes das manifestações, com o objetivo de os "silenciar", conforme denunciou Sebastião Mussanhane.
A maioria dos casos foram registados província de Zambézia, no centro do país, onde pelo menos 100 pessoas morreram a tiro e outras 15 ficaram feridas, disse o responsável do partido Podemos.
Outras seis pessoas igualmente foram assassinadas com recurso a arma de fogo na província central de Tete, acrescentou Sebastião Mussanhane.
O partido Podemos alertou para o alastramento do fenómeno das "perseguições" de seus membros para outras províncias como Nampula e Cabo Delgado, no norte de Moçambique, pedindo segurança às autoridades moçambicanas.
"São ações que nos preocupam e queremos que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) possam, em curto espaço de tempo, reagir e devolver a tranquilidade pública e segurança (...) Que trabalhem e, em curto espaço de tempo, identifiquem os autores dessas execuções", apelou o membro do partido Podemos, que apoiou a candidatura presidencial de Venâncio Mondlane.
Em 23 de dezembro, o Conselho Constitucional (CC), última instância de recurso em contenciosos eleitorais, proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição presidencial, com 65,17% dos votos, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar.
A eleição de Daniel Chapo, já investido como novo Presidente de Moçambique, tem sido contestada nas ruas desde outubro, com manifestantes pró- Venâncio Mondlane -- que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24% dos votos mas que reclama vitória -- a exigirem a "reposição da verdade eleitoral", com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que já provocaram mais de 300 mortos e acima de 600 pessoas feridas a tiro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.
PYME // JPS
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