"Isso é impensável. (...) Não se pode falar seriamente sobre esta questão. Porquê realizar eleições antecipadas? Deve haver uma razão para isso", afirmou hoje Mamuka Mdinaradze, diretor-executivo do partido oficialmente declarado vencedor das eleiições, durante uma conferência de imprensa.

A Presidente da Geórgia, Salomé Zurabishvili, cujo mandato termina a 29 de dezembro, deu este domingo uma semana ao Governo para definir a data das novas eleições legislativas.

A oposição pró-europeia contestou os resultados eleitorais, alegando fraude e irregularidades significativas durante o processo, descrevendo-o como um "golpe constitucional", o que levou a Presidente a pedir a repetição da votação.

"Temos de chegar a acordo sobre a data das novas eleições antes de 29 de dezembro", disse a chefe de Estado, durante uma manifestação antigovernamental no centro de Tbilissi.

Entretanto, o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobajidze, avisou Zurabishvili que poderá acabar "atrás das grades" se não deixar o poder depois do seu mandato expirar no próximo domingo.

"Espero que (Zurabishvili) tenha o bom senso suficiente para não violar a Constituição e o Código Penal, pois isso pode dar-lhe muitos anos de prisão", avisou o primeiro-ministro.

A oposição georgiana pediu à União Europeia (UE) que impusesse sanções e declarasse "ilegítimo" o Governo do país, liderado desde 2012 pelo partido Sonho Georgiano, que suspendeu as negociações para a adesão à UE em novembro passado.

RJP // PDF

Lusa/Fim