
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, acusou hoje os "burocratas de Bruxelas" de estarem a usar a guerra na Ucrânia para tirar cada vez mais poderes e dinheiro aos estados-membros.
"Bruxelas responde a todas as crises tirando poderes dos países da UE", disse o responsável, num discurso emitido pela à rádio pública Kossuth.
Agora, "os construtores de impérios" estão a usar o apoio da Ucrânia para se apoderar de cada vez mais poderes nacionais, que também não conseguiram explorar no passado", disse Orbán, citando as recentes crises económicas, a onda migratória, a covid-19 e as políticas energéticas.
Segundo o primeiro-ministro húngaro, a entrada da Ucrânia na UE --- à qual o responsável se opõe --- seria um "suicídio monetário".
Sobre o potencial perigo da Rússia para o resto da Europa, Orbán enfatizou que é necessário "fortalecer as capacidades de defesa europeias".
"O mais importante é por quanto tempo", afirmou o primeiro-ministro, acrescentando que o continente "pode facilmente envolver-se numa corrida ao armamento com os russos, o que significaria que "nada sobrará para as famílias húngaras".
Sobre a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), que termina hoje em Budapeste, Orbán afirmou que envolverá líderes políticos que "em poucos anos se tornarão chefes de governo nos seus países".
O encontro reúne centenas de políticos e ativistas de extrema-direita de todo o mundo.
"Este movimento está a crescer aos poucos e, certamente, formará uma maioria na UE", disse o primeiro-ministro, um dos promotores do grupo parlamentar "Patriotas pela Europa", que inclui, entre outros, partidos como o húngaro Fidesz, o austríaco FPÖ, o espanhol Vox, o francês Rally Nacional.