
O Programa de Educação e Ação em Direitos Humanos (Provea) denunciou hoje que na Venezuela estão detidos cinco ativistas dos direitos humanos e instou os venezuelanos a denunciar detenções arbitrárias e desaparecimento forçados para garantir a vida das vítimas.
"A denúncia pode fazer a diferença entre a vida e a morte de uma vítima de detenção arbitrária ou desaparecimento forçado", afirma a organização não-governamental (ONG) Provea na sua conta da X.
Na mesma rede social, a Provea apela a divulgar uma foto ou vídeo da pessoa que tenha sido detida, incluindo o nome completo, local, data e hora dos factos.
Pede também que seja especificado que organismo de segurança pode ter sido responsável pela detenção, características, e, sublinha que se houver testemunhas, deve ser divulgado esse depoimento de forma a fortalecer a denúncia.
Por outro lado, com essas informações em mão, a organização recomenda aos cidadãos que entrem em contacto com os meios de comunicação social, jornalistas, ONG de defesa dos direitos humanos e figuras públicas que possam ajudar a divulgar o caso e aumentar a pressão.
"Infelizmente, estes factos continuam a acontecer. Nós vemos, documentamos e denunciamo-los constantemente. Por isso insistimos no empoderamento cidadão e na organização comunitária como ferramentas para resistir à injustiça e aos abusos. O silêncio não é uma opção", afirma.
Ainda na rede X, a Provea denuncia que na Venezuela há cinco ativistas presos por "motivos de consciência" (presos políticos): Rocío San Miguel, Javier Tarazona, Carlos Julio Rojas, Eduardo Torres e Kennedy Tejeda.
"Com processos paralisados, sem garantias e isolados em El Helicoide [prisão dos serviços de informações]. Chega de abusos. Exigimos liberdade para os que defendem a Venezuela", conclui.
Segundo o Fórum Penal (FP), ONG que presta assistência jurídica gratuita a pessoas detidas arbitrariamente e aos seus familiares, em 26 de agosto, a Venezuela tinha 816 presos políticos, entre os quais 89 cidadãos estrangeiros.
Dos detidos, 720 são homens e 96 mulheres; 646 são civis e 170 militares; 812 são adultos e há quatro adolescentes.
O FP desconhece o paradeiro de 42 pessoas detidas por motivos políticos na Venezuela.
"Histórico de detenções por motivos políticos na Venezuela: Detenções políticas desde 2014 até à data: 18.474", explica, precisando que o FP prestou assistência a mais de 14.000 pessoas e que mais de 9.000 continuam ainda detidas.