![Nova Procuradora-Geral dos EUA ordena a revisão dos casos contra Trump](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
Horas depois de tomar posse na Casa Branca, Bondi pediu a criação de um "grupo de trabalho de armamento" que examinará o trabalho do conselheiro especial Jack Smith, que acusou Trump em dois casos criminais. O grupo também vai analisar a "busca de táticas de investigação impróprias e processos antiéticos" decorrentes do assalto ao Capitólio, em 06 de janeiro de 2021, entre outras coisas, segundo um memorando, citado pela agência Associated Press (AP).
O memorando satisfaz os argumentos invocados por Trump e os seus aliados de que o Departamento de Justiça sob a administração Biden se tornou uma "arma" contra os conservadores, apesar de algumas das suas investigações mais importantes envolvam o Presidente democrata e seu filho e não haja evidências para sustentar a ideia de que os processos contra Trump foram lançados com um propósito partidário.
A própria Procuradora-Geral preanunciou a criação do grupo de trabalho ao afirmar, durante a sua audiência de confirmação no mês passado, que o Departamento de Justiça havia "visado Donald Trump".
A antiga procuradora-geral da Florida será, provavelmente, um dos membros da administração liderada por Dolnald Trump mais escrutinados, dada a sua relação próxima com o Presidente, que durante a sua campanha, em 2024, sugeriu que tentaria vingar-se dos seus inimigos.
Na audição de nomeação no Senado, em 15 de janeiro, Bondi sublinhou repetidamente o compromisso de defender a Constituição e garantir que o Departamento de Justiça funciona de forma independente, livre de influências políticas, incluindo do poder executivo.
Mas também se recusou a excluir potenciais investigações sobre os adversários de Trump, repetindo as alegações de Trump de que os processos contra ele equivaliam a perseguição política e referindo aos senadores que o Departamento de Justiça "foi armado por anos e anos e anos, e isso tem que parar".
Apesar das ambições abrangentes do memorando do "weaponization working group", não há qualquer indicação de que o grupo venha a ter poderes de acusação ou ferramentas como intimações que possam obrigar os sujeitos dos inquéritos a cooperar com a nova unidade.
Apesar de o memorando ter como objetivo o "armamento" do Departamento de Justiça, segundo a AP, o documento exclui notavelmente a revisão as investigações sobre os democratas pelo Departamento de Justiça de Biden, incluindo investigações de conselheiros especiais sobre o tratamento de informações confidenciais pelo ex-presidente e as acusações de posse de arma e fuga aos impostos do seu filho Hunter, que resultaram em condenações criminais.
A equipa de Smith investigou Trump devido aos seus esforços para anular as eleições presidenciais de 2020 e da acumulação de documentos confidenciais na sua propriedade em Mar-a-Lago, na Florida. Ambos os casos resultaram em acusações que foram retiradas, após a vitória presidencial de Trump em novembro, na sequência da política do Departamento de Justiça que proíbe processos federais contra o presidente em exercício.
Smith afirmou que a política não desempenhou qualquer papel nas suas decisões e que as provas que a sua equipa reuniu eram suficientes para condenar Trump por acusações de conspiração para anular os resultados das eleições presidenciais de 2020.
Antes de Bondi ser empossada pelo juiz do Supremo Tribunal de Justiça, Clarence Thomas, na quarta-feira, Trump elogiou o histórico da nova Procuradora-Geral como promotora e disse que a responsável "acabará com o armamento da aplicação da lei federal".
Bondi garantiu ao Presidente que não o iria desiludir. "Vou deixá-lo orgulhoso e vou deixar este país orgulhoso", disse. "Vou restaurar a integridade do Departamento de Justiça e vou combater o crime violento em todo o país e em todo o mundo, e tornar a América segura novamente", acrescentou.