
Um novo ataque russo contra a Ucrânia matou pelo menos 13 pessoas, durante a madrugada, e em Moscovo, os drones ucranianos forçaram o encerramento temporário dos aeroportos. Os confrontos acontecem no mesmo dia em que está marcada a troca final de prisioneiros entre os dois países em guerra.
Esta é a segunda noite consecutiva de grandes ataques russos contra a Ucrânia, depois de cerca de 250 drones (aeronaves não tripuladas) e 14 mísseis balísticos terem sido detetados na sexta-feira à noite pela Força Aérea ucraniana, a maior parte dos quais tendo como alvo a capital, Kiev.
Na última noite, a Força Aérea da Ucrânia diz ter abatido 45 mísseis e 266 drones russos, de um total de 367 projéteis lançados pela Rússia contra "a maior parte das regiões da Ucrânia.
"Noite de terror na região de Kiev"
Através de mensagens no Telegram, os serviços de emergência ucranianos descreveram a madrugada deste domingo como uma "noite de terror na região de Kiev", indicando que o "ataque noturno massivo causou quatro mortos e 16 feridos, incluindo três crianças", na região.
Numa outra zona a sul do país, um homem foi encontrado morto após um ataque de drone.
Quatro pessoas morreram e cinco ficaram feridas na região de Khmelnytskyi (oeste), na sequência de um ataque com um drone, acrescentaram os serviços de emergência.
A mesma fonte referiu ainda que duas crianças de 8 e 12 anos, bem como um adolescente de 17 anos, morreram num bombardeamento russo na região de Jytomir (noroeste).
Várias regiões ucranianas foram atingidas, incluindo Kiev, Khmelnytskyi e Jytomir
Mais de uma dúzia de drones russos foram detetados ao início da manhã deste domingo em Kiev, segundo reportaram as autoridades da cidade e os jornalistas da AFP ouviram várias explosões, tendo a maior parte dom país sido colocada em alerta aéreo após o disparo de mísseis cruzeiro.
As defesas aéreas abateram cinco drones e 11 mísseis na região de Kryvyï, tendo também sido registados ataques nas regiões de Kherson (sul) e Ternopil (oeste).
Em Moscovo, o presidente da Câmara informou que mais de uma dúzia de drones ucranianos sobrevoaram a capital russa, não havendo registo de vítimas, mas quatro aeroportos da cidade, incluindo o principal, foram temporariamente encerrados.
Zelensky pede determinação aos que procuram a paz
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, condenou este domingo a série de ataques russos desta madrugada e pediu determinação na pressão sobre a Rússia para pôr termo aos atentados e ao conflito.
"Sem uma pressão realmente forte sobre os dirigentes russos, esta brutalidade não poderá ser travada. As sanções vão certamente ajudar", escreveu Zelensky através das redes sociais, apelando aos Estados Unidos e aos países europeus e "a todos os que procuram a paz" que mostrem "determinação" em pressionar o homólogo russo, Vladimir Putin, para "terminar a guerra".
"O mundo conhece as fragilidades da economia russa. É possível parar a guerra, mas apenas com a força necessária para pressionar a Rússia."
Volodymyr Zelensky afirmou ainda que "Putin deve ser obrigado a não pensar em lançar mísseis, mas sim em acabar com a guerra", apelando a que a agressão russa não seja ignorada.
"O silêncio dos Estados Unidos" e "o silêncio dos outros no mundo é a única coisa que encoraja Putin", acrescentou.
Rússia lançou 300 drones
Segundo os dados apresentados por Zelensky, a Rússia lançou 300 drones, a maioria do modelo Shahed, de fabrico iraniano, e quase 70 mísseis de diferentes tipologias.
O Presidente ucraniano classificou os bombardeamentos de "ataque deliberado contra cidades", que visaram, entre outros, edifícios residenciais, nomeadamente uma residência universitária em Kiev, e instalações de empresas.
"Infelizmente há vítimas mortais, incluindo crianças", lamentou, apresentando as suas condolências e referindo que "todos e cada um destes ataques terroristas são razão suficiente para sancionar a Rússia".
- Com Lusa