O Presidente Donald Trump criticou esta terça-feira o presidente ucraniano, dizendo-se “desiludido” por Zelensky se ter queixado de ter sido deixado de fora das conversações entre os EUA e a Rússia sobre o fim da guerra na Ucrânia. Segundo o The Guardian, Trump também atribuiu culpas a Kiev pela invasão de Moscovo, afirmando que a Ucrânia poderia ter “feito um acordo” para evitar a guerra.

“Estou muito desapontado, ouvi dizer que eles estão chateados por não terem um lugar [nas conversações]”, disse Trump aos jornalistas em Mar-a-Lago, na Florida, acrescentando que um negociador “meio tosco” poderia ter garantido um acordo anos atrás “sem a perda de muita terra”: “Hoje ouvi dizer: 'oh, bem, não fomos convidados'. Bem, vocês estão lá há três anos ... Não deviam ter começado. Podiam ter feito um acordo”.

Falando na Flórida na noite de terça-feira, Trump aumentou a pressão sobre Zelensky para realizar eleições internas - ecoando uma das principais exigências de Moscovo. E sugeriu que poderá encontrar-se com Vladimir Putin antes do final do mês.

O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump garantiu ainda que não se oporia ao envio de tropas de uma missão de paz europeia na Ucrânia, tema que tem estado em debate entre os lideres europeus em reuniões em Paris. "Se quiserem fazer isso, ótimo. Sou totalmente a favor. Se quiserem fazer isso, acho que seria ótimo", realçou Trump, numa conferência de imprensa, acrescentando que não enviará tropas norte-americanas em nenhuma circunstância.

O republicano admitiu que poderia haver tropas europeias no terreno no âmbito de um acordo de paz, para garantir que a trégua entre a Ucrânia e a Rússia seria respeitada. "Não faria qualquer objeção", insistiu Trump, acrescentando que não caberia aos Estados Unidos mobilizar as suas forças porque a Ucrânia "está muito longe".

O Presidente francês, Emmanuel Macron, realizou na segunda-feira uma reunião em Paris com os líderes de Espanha, Alemanha, Itália, Reino Unido, Países Baixos e Dinamarca, bem como com os responsáveis da União Europeia e da NATO, para delinear uma estratégia europeia para a Ucrânia à luz das negociações de paz lideradas pelos EUA.

Mas os líderes estavam divididos sobre se deviam discutir agora se a Europa deveria enviar forças de manutenção da paz para a Ucrânia para garantir um eventual acordo de paz intermediado por Moscovo e Washington.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, classificou hoje como inaceitável o possível envio de tropas de países europeus para a Ucrânia, argumentando que todos são membros da NATO.

Na quarta-feira, vai promover uma nova reunião com "vários Estados europeus e não-europeus", com o objetivo de reunir os 27 até ao final da semana, anunciou, numa entrevista a vários jornais diários regionais, entre os quais Le Parisien, La Provence e Sud Ouest.

Até à data, o palácio do Eliseu (sede da presidência francesa) ainda não disse em que consistirá esta nova reunião, nem quem participará.

Fontes diplomáticas citadas pela estação televisiva France 24 indicaram, contudo, que estarão presentes "outros países europeus" que não participaram na primeira cimeira de emergência convocada por Macron - Noruega, os três Estados bálticos (Lituânia, Letónia e Estónia), República Checa, Grécia, Finlândia, Roménia, Suécia e Bélgica - "e não-europeus", como o Canadá, aliado da NATO.

Fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros português disse à Lusa que Portugal foi convidado a participar na segunda reunião.