O ministro das Finanças israelita, o extremista de direita Bezalel Smotrich, manifestou esta segunda-feira oposição a qualquer acordo para terminar com a guerra em Gaza, num momento em que a trégua entre Israel e o Hamas parece estar próxima.
Smotrich garantiu que não apoia um "acordo de rendição que incluísse a libertação de hiperterroristas, o fim da guerra e a perda do que foi adquirido à custa de muito derramamento de sangue e do abandono de um grande número de reféns".
Apesar dos intensos esforços diplomáticos liderados pelo Qatar, pelo Egito e pelos Estados Unidos, não foram alcançadas tréguas desde a pausa de uma semana no final de novembro de 2023, que resultou na libertação de 100 reféns.
As negociações já tinham decorrido em Doha em dezembro, mas o Hamas e Israel acusaram-se mutuamente de as bloquear.
Analistas israelitas dizem que um acordo está agora ao alcance, particularmente por causa da decisão do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de ignorar a pressão dos seus ministros de extrema-direita da coligação, que foi reforçada no início de novembro, ao unir-se ao partido de centro-direita de Gideon Saar, ministro dos Negócios Estrangeiros israelita.
Cessar-fogo cada vez mais próximo
Gideon Saar garantiu esta segunda-feira que Israel está a trabalhar "arduamente" para uma trégua que incluiria a libertação dos reféns.
Uma alta autoridade palestiniana próxima do Hamas também falou de "progressos significativos" nas negociações.
"A atual ronda de negociações é a mais séria e profunda e alcançou progressos significativos", frisou à agência France-Presse (AFP) fonte do movimento islamita, que falou sob condição de anonimato.
Disse que o projeto de acordo estava a ser finalizado para estabelecer detalhes sobre o número de reféns que seriam libertados em troca de prisioneiros palestinianos detidos por Israel.
As discussões incluem também a questão da ajuda humanitária a Gaza, acrescentou.
Trump mediou cessar-fogo em Gaza? "Não é coincidência que pode acontecer numa altura que está quase a tomar posse"
Netanyahu discutiu no domingo o progresso nas negociações com o presidente norte-americano, o democrata Joe Biden, numa altura em que se aproxima a data da tomada de posse do presidente eleito, o republicano Donald Trump, em 20 de janeiro.
Donald Trump prometeu recentemente um "inferno" para a região se os reféns não fossem libertados antes do seu regresso ao poder.
Com LUSA