O processo autónomo que nasceu da Operação Marquês é ainda a herança do juiz Ivo Rosa que, em 2021, decidiu acusar José Sócrates e Carlos Santos Silva apenas por três crimes de falsificação de documentos e três de branqueamento de capitais.

Na prática, dizia que Sócrates tinha sido corrompido pelo empresário da Covilhã, ao invés da tese da acusação que alegava que o ex-primeiro-ministro escondia o dinheiro da corrupção nas contas do amigo.

O Ministério Público e as defesas dos dois arguidos recorreram e o Tribunal da Relação declarou nula a decisão de Ivo Rosa, por ser uma alteração substancial dos factos, ordenando uma nova decisão instrutória sobre esta pequena fatia do Marquês.

Como Sofia Marinho Pires, a nova juíza de instrução, não presidiu ao debate instrutório, obrigatório por lei, a magistrada agendou essa diligência para o próximo dia 3 de junho. A notícia é avançada pelo CM e confirmada pela SIC.

Será, precisamente, um mês antes de começar o julgamento do processo principal da Operação Marquês, que irá julgar Sócrates e outros 23 arguidos das centenas de crimes que Ivo Rosa tinha mandado arquivar, mas que o Tribunal da Relação "ressuscitou" em janeiro do ano passado.