A Microsoft afirma que está a desenvolver um sistema de inteligência artificial (IA) que é melhor do que os médicos humanos a fazer complexos diagnósticos de doenças. A tecnológica norte-americana alega também que esta será uma opção “mais barata” do que recorrer a médicos humanos, mas desvaloriza as implicações do modelo no mercado de trabalho.

De acordo com a Microsoft, esta tecnologia imita um painel de especialistas em casos “intelectualmente exigentes”. O sistema toma medidas passo a passo, fazendo perguntas específicas, para chegar a um diagnóstico final.

Na experiência feita, o sistema de IA conseguiu resolver “mais de oito em cada dez casos de estudo”, tirados do New England Journal of Medicine. Quando os mesmos casos foram apresentados a clínicos - sem estes terem acesso à opinião de outros colegas ou a literatura científica -, apenas dois em cada dez médicos conseguiram resolvê-los, assegura a Microsoft.

Como funciona?

O jornal The Guardian explica que a empresa utilizou modelos de IA já existentes, incluindo os produzidos pelo criador doChatGPT, o Anthropic, o OpenAI, o Meta (de Mark Zuckerberg), o Grok (de Elon Musk) e o Gemini (da Google).

Depois, criou um sistema de IA personalizado chamado “orquestrador de diagnósticos” para desenvolver um modelo de forma a saber que testes de diagnóstico pedir e qual poderia ser o resultado em cada caso.

"Este nível de raciocínio tem o potencial de transformar os cuidados de saúde. A IA poderá dar aos doentes a possibilidade de se autogerirem em aspetos de rotina e equipar os médicos com apoio avançado à decisão para casos complexos”, defendeu a Microsoft, que admite, apesar de tudo, que o sistema de inteligência artificial ainda não está pronto a ser usado clinicamente. Será preciso, primeiro, passar por mais testes.

Opção "mais barata" do que humanos?

A tecnológica norte-americana alega também que o uso deste sistema de inteligência artificial será uma opção “mais barata” do que recorrer a médicos humanos. Apesar disso, a Microsoft desvaloriza as implicações do sistema no mercado de trabalho, afirmando que este não vem tirar empregos aos médicos, mas ajudar a complementar o trabalho.

A equipa por trás desta superinteligência médica”, como a classifica a Microsoft, é liderada pelo britânico Mustafa Suleyman, CEO da Microsoft AI e cofundador da DeepMind.