As críticas mais acentuadas à estratégia, ou falta dela, de combate a incêndios vieram até agora de um candidato presidencial: Henrique Gouveia e Melo manifestou-se "envergonhado" com a situação e apontando diretamente ao primeiro-ministro por ter mantido a Festa do Pontal. Num tom muito diferente, outro candidato, Luís Marques Mendes, veio este domingo apelar à união e dizer que não é tempo de avaliações.

"Há um tempo para tudo e este não é ainda o tempo de fazer um balanço, uma avaliação ou de fazer críticas por mais legítimas e pertinentes que elas sejam", afirma Marques Mendes, o candidato apoiado pelo PSD, num vídeo divulgado pela sua campanha. "Este é um tempo para outra coisa. É um tempo de união, é um tempo de apoio e é um tempo de solidariedade. União porque a missão de um líder é unir e não dividir. Apoio aos bombeiros, à proteção civil, aos autarcas, às populações flageladas pelos incêndios e solidariedade perante as vítimas enlutadas", continua o candidato.

Marques Mendes concede que "esta tragédia dos incêndios é um verdadeiro inferno e, perante tudo o que está a acontecer, as pessoas têm dúvidas, têm perplexidades e têm até muitas indignações" e "tudo isso é perfeitamente legítimo e compreensível". Mas, continua, tudo na democracia tem um tempo e, para si, este é tempo de união e de solidariedade.

"Este é o tempo por isso mesmo de união, de apoio e de solidariedade", afirma o candidato, que refere em concreto as vítimas mortais de incêndios na Guarda (a morte de um ex-autarca num fogo rural) e em Mirandela (onde seis idosos morreram devido a um incêndio num lar), "fogos diferentes, mas vítimas em qualquer circunstância a lamentar".

Na quarta-feira, depois das primeiras críticas de Gouveia e Melo, o Presidente da República veio defender que os incêndios não façam parte de "qualquer eleição", agradecendo aos autarcas por não usarem o assunto em campanha eleitoral.