O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje que acompanha as preocupações do primeiro-ministro, Luís Montenegro, em relação a Gaza e o apelo à entrada de ajuda no território, feito também pelo Papa Leão XIV.

Esta posição consta de uma curta nota publicada hoje à tarde no sítio oficial da Presidência da República na Internet.

O chefe de Estado português "acompanha, integralmente, as profundas preocupações do primeiro-ministro português, aliás idênticas ao apelo do Papa Leão XIV, quanto à situação humanitária em Gaza", lê-se na nota.

O Papa Leão XIV apelou hoje à entrada de "ajuda humanitária decente" em Gaza e ao "fim das hostilidades, cujo preço atroz está a ser pago por crianças, idosos e doentes".

"A situação na Faixa de Gaza é cada vez mais preocupante e dolorosa", declarou o Papa, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

O primeiro-ministro e presidente do PSD, Luís Montenegro, condenou hoje a situação em Gaza através de uma mensagem na rede social X.

"A situação humanitária que se vive em Gaza é absolutamente intolerável. É imperativo permitir a entrada imediata, segura e sem qualquer entrave de toda a ajuda humanitária, para salvar a vida de milhões de seres humanos, incluindo crianças, mulheres e doentes", escreveu Luís Montenegro.

Esta mensagem surgiu no dia em que houve relatos de um ataque do exército israelita a uma comitiva diplomática que visitou Jenin, na Cisjordânia, de que fazia parte um diplomata português, o que levou o Ministério dos Negócios Estrangeiros português a convocar o embaixador de Israel em Lisboa.

Num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, refere-se que "Portugal condena liminarmente o ataque do exército israelita à comitiva diplomática que visitou Jenin, na Cisjordânia" que "põe em causa o Direito Internacional".

Segundo o Governo português, na comitiva "seguiam mais de 20 diplomatas e representantes de órgãos de comunicação social, entre eles, o embaixador Frederico Nascimento, chefe da missão diplomática em Ramallah, que se encontra a salvo".

Israel anunciou na terça-feira que tinha deixado entrar em Gaza alguns camiões com alimentos para bebés, no mesmo dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) denunciou que dois milhões de palestinianos estavam a passar fome.

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) acusou Israel de só permitir a entrada em Gaza de uma ajuda "ridiculamente insuficiente" para não ser acusada de "matar a população à fome".